No mundo, o câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres, trata-se de uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Devido a sua grande incidência dentro do universo feminino, as mulheres costumam ter muitas dúvidas sobre o câncer de mama, por isso a FEMAMA – Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama preparou um texto com perguntas e respostas sobre o tema. As questões foram respondidas pela presidente voluntária da entidade e chefe da mastologia do Hospital Moinho de Ventos, dra. Maira Caleffi, e foram organizadas pelo Diário do Estado na lista a seguir.
10. A mamografia de rotina em mulheres deve ser feita partir de qual idade?
As sociedades médicas nacionais e internacionais recomendam a realização da mamografia de rotina a partir dos 40 anos, anualmente, como a forma mais eficiente para a detecção precoce do câncer de mama. No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde para a realização anual do exame de mamografia de forma preventiva pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é restrito a mulheres dos 50 a 69 anos, sendo que dados de séries brasileiras de pacientes com câncer de mama relatam que 40% dos casos novos acontecem em mulheres com menos de 50. A detecção precoce do câncer de mama aumenta a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com taxas de cura mais altas.
9. O uso de próteses de silicone aumenta o risco de câncer de mama?
Os implantes mamários não foram associados ao aumento do risco dos tipos mais frequentes de câncer de mama. No entanto, foram associados a um tipo raro de linfoma, denominado linfoma anaplásico de grandes células, que pode se formar no tecido da cápsula ao redor do implante. Esse linfoma parece ocorrer com mais frequência em implantes com superfícies texturizadas do que com superfícies lisas. É aconselhável que mulheres com implantes mamários realizem consultas e exames periódicos com o mastologista.
8. Quais os principais sintomas e sinais do câncer de mama?
O sintoma mais comum do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo, porém existem outros sinais que também podem ser indicativos da doença, como inversão ou descamação do mamilo, presença de secreção clara ou sanguinolenta pelo mamilo, inchaço e vermelhidão da mama, retração da pele da mama, linfonodos (ínguas) axilares salientes. É importante que a mulher conheça suas mamas e se perceber qualquer diferença nelas procure um mastologista.
7. Existem vários tipos de câncer de mama?
Sim, existem vários tipos de câncer de mama. Alguns se desenvolvem mais rápido, enquanto outros crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados precocemente, apresentam bom prognóstico. Hoje em dia é fundamental que se obtenha o perfil de alguns genes (informações no DNA) dos tumores antes de tratá-lo, até mesmo antes da cirurgia. Isso chama-se medicina personalizada, cada paciente tem um tipo de tumor, que deve ser tratado adequadamente a partir dessas informações genômicas.
6. O uso de anticoncepcional aumenta os riscos de câncer de mama?
É discutível, mas estudos atuais apontam que o risco de câncer de mama aumenta temporariamente com o uso atual ou recente de anticoncepcionais orais combinados, mas essa associação desaparece em dois a cinco anos após a interrupção.
5. Mães que amamentam podem ter câncer?
O câncer pode surgir em qualquer momento da vida, incluindo a fase de gestação ou lactação. Em relação às mulheres que já amamentaram, os estudos apontam a amamentação como fator de proteção ao câncer de mama por atrasar o restabelecimento dos ciclos ovulatórios. Mas essa discreta diminuição do risco não altera a necessidade de exames de rotina anuais, mesmo em mulheres que já amamentaram.
4. O câncer pode voltar mesmo após a mulher ter “alta”?
O câncer pode retornar mesmo após a realização de um tratamento que tinha o objetivo de cura, chamamos isso de recidiva. Ela pode ser na mesma região (mama ou axila), ou pode surgir em outros órgãos do corpo, o que é conhecido como metástase. A probabilidade do câncer voltar é maior quanto maior for o estágio ao diagnóstico (tamanho do tumor e envolvimento de células malignas nos gânglios axilares).
3. Quais os fatores de risco mais importantes quando se fala em câncer de mama?
Os maiores fatores de risco para o câncer de mama são: idade avançada, menstruação precoce e menopausa tardia, mulheres que não tem filhos, histórico familiar de CA em parentes de primeiro grau, tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo, obesidade, uso de hormônios de forma prolongada, quem já fez radioterapia no tórax para linfoma.
2. Ingerir bebida alcoólica aumenta o risco de câncer de mama?
O alcoolismo aumenta o risco para o desenvolvimento da doença, sendo proporcional à dose alcoólica ingerida. Existem vários estudos demonstrando que uma dose de 10 gramas/dia (um copo de uísque, um copo de vinho ou uma cerveja) provoca um aumento de 7,1% no risco de câncer de mama. A razão do aumento da incidência da doença em usuárias de bebidas alcoólicas ainda não é clara, porém há associação com o aumento demonstrado dos níveis estrogênicos nas mulheres.
1. Em qual idade é mais comum a incidência de câncer de mama?
A idade, assim como em vários outros tipos de câncer, é um dos principais fatores que aumentam o risco de se desenvolver câncer de mama. É relativamente raro antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. O acúmulo de exposições ao longo da vida e as próprias alterações biológicas resultantes do envelhecimento aumentam o risco. Mulheres a partir dos 50 anos são mais propensas a desenvolver a doença até o final da vida.