Por Lígia Saba
Vaga-lumes, também conhecido como pirilampos em algumas regiões do Brasil, são insetos da ordem dos coleópteros, da qual fazem parte as joaninhas e os besouros. Famosos por sua incrível capacidade de emitir luz própria, os vaga-lumes são encantadores e ao mesmo tempo misteriosos. Afinal, como é possível um bichinho marrom de 2 ou 3 centímetros produzir uma luz de tonalidade esverdeada que pode ser vista a metros de distância? Pensando nisso, para você conhecer um pouco mais sobre esse animal tão enigmático, preparamos uma lista com 10 fatos e curiosidades que você provavelmente ainda não sabe sobre os vaga-lumes.
10. Por que os vaga-lumes brilham?
O brilho dos vaga-lumes tem como finalidade a procriação. Machos e fêmeas brilham, mas quem começa o show de luzes, após o cair da noite, são os machos. A importância da emissão de luz para os machos é atrair as fêmeas. Enquanto eles voam, as fêmeas permanecem imóveis no chão. Algum tempo depois, são elas que passam a emitir luzes, a fim de atrair os machos que voam por perto.
9. Espécies
Existem muitas espécies de vaga-lumes, acredita-se que no Brasil haja por volta de 500 delas. Cada espécie brilha de acordo com um determinado padrão: piscadas longas, piscadas rápidas e sucessivas etc. E é por meio desse padrão que machos e fêmeas, no escuro do bosque, se comunicam e, se identificam, e conseguem se acasalar.
8. O que dá origem a luz?
Resultado do longo e lento processo evolutivo, a luz dos vaga-lumes, ou sua bioluminescência, trata-se de uma reação química, conhecida como oxidação biológica. Resumidamente, a reação química ocorre assim: moléculas chamadas de luciferinas são oxidadas por uma enzima, a luciferase, fazendo com que as luciferinas se transformem em moléculas de oxiluciferina. Esta substância, quando perde energia, produz luz, não calor, por isso, pode ficar tranquilo quando estiver perto de um vaga-lume: ele não queima!
7. Tempo de vida
O ciclo de vida de um vaga-lume é considerado longo para um inseto. Ele vive entre 1 e 3 anos, sendo que a maior parte desse tempo ele passa na fase larval.
6. Ciclo da vida adulta
Após a metamorfose, a chamada fase adulta dura muito pouco: cerca de 3 a 4 semanas. Nesse tempo, o vaga-lume, já podendo voar por aí, dedica-se sobretudo às atividades reprodutivas, que ocorrem no verão. Depois do período reprodutivo, as fêmeas botam os ovos, geralmente em tocos podres de madeira, de onde sairão as larvas, depois de 15 dias. E assim se inicia um novo ciclo.
5. Famílias
No Brasil, existem 3 famílias de vaga-lumes: elaterídeos, lampirídeos e fengodídeos.
4. Elaterídeos
Geralmente de cor castanho-escuro, esses vaga-lumes possuem duas “lanternas” na parte anterior do tórax, além de uma outra na região abdominal que só é colocada em ação quando o inseto está voando.
3. Lampirídeos
Esses vaga-lumes costumam ser de um marrom mais claro do que os elaterídeos, e suas “lanternas” ficam no ventre (abdome).
2. Fengodídeos
Conhecidos como bondinhos, os fengodídeos caracterizam-se pela enorme quantidade de “lanternas” espalhadas pelo corpo. Além de emitir luz pela cabeça, também o faz por pequenas “lanternas” laterais ao longo do ventre.
1. Extinção
Há explicações para o declínio da população mundial de vaga-lumes, que infelizmente pode desaparecer nos próximos anos. Uma delas é a destruição do habitat natural: bosques, florestas, campos e pântanos. À medida que esses locais são devastados, seja por avanço das cidades ou de atividades agrícolas, a tendência é a de que esses bichos percam seu lugar no mundo. Outro motivo é a dificuldades reprodutiva, os vaga-lumes levaram tempo para evoluir e desenvolver seu incrível método de encontrar parceiros. Mas não contavam com as luzes artificiais dos seres humanos. Essa poluição vem atrapalhando a comunicação dos vaga-lumes, que já não conseguem mais localizar com tanta facilidade seus potenciais parceiros reprodutivos.