10 imagens do conflito entre Rússia e Ucrânia que são falsas

A invasão da Rússia na Ucrânia nesta quarta feira (24) criou uma comoção internacional, percebida principalmente nas redes sociais, com compartilhamentos de relatos, opiniões e fotos e vídeos da situação nos dois países envolvidos. No entanto, muita coisa associada ao conflito não é exatamente o que se diz.

O site Gizmodo fez um compilado de ao menos dez imagens, entre fotos e vídeos, que viralizaram, mas são falsos, antigos ou ligados a outros locais do mundo. No conjunto, existem até conteúdos retirados de vídeo-games, algo que a própria mídia estatal russa já fez em outras situações.

Mísseis digitais

Alguns usuários do Twitter compartilharam imagens do jogo War Thunder, dizendo que se tratava do lançamento de mísseis antiaéreos ucranianos durante a noite. Algo parecido já foi feito pelo próprio Ministério da Defesa russo, que compartilhou imagens de jogos como reais em 2017 e 2018, como se fossem registros reais da guerra.

Apesar do alvoroço que as imagens causara, o Twitter removeu as postagens que associavam as animações do jogo com a tensão no leste europeu.

Incêndio na China

Um vídeo de uma explosão com a legenda que dizia apresentar o resultado de incêndios iniciados pelo ataque aéreo russo na usina de Luhansk, na Ucrânia, também ganhou as redes. As imagens, no entanto, foram gravadas por Dan Van Duren, em 2015, num incêndio em Tianjin, na China.

Incêndio em avião

A foto de um avião em chamas foi compartilhada nas redes sociais, com a informação de que seria um dos sete aviões russos derrubados por ucranianos. Apesar disso, ela já circulava na internet desde 2017 e pode ser de um jato de combate da coalizão saudita abatido no norte do Iêmen.

Explosão em Beirute

O registro da explosão de um prédio em chamas também apareceu nas redes como se fosse parte dos ataques realizados na Ucrânia. Apesar disso, o vídeo mostra uma explosão no Porto de Beirute, no Líbano, em 2020. Na ocasião, o nitrato de amônio armazenado incorretamente provocou a tragédia que matou pelo menos 218 pessoas.

F-16 americano

Um outro vídeo aponta a presença de um caça F-16 norte americano sobrevoando o espaço aéreo russo. A sugestão, no entanto, não procede, visto que os EUA não garantiram nenhum apoio militar à Ucrânia e não estão agindo no local, por enquanto. Em pronunciamento, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou sanções econômicas aos russos, mas nenhuma participação militar no conflito.

Mais games

Um outro vídeo relacionado ao conflito também saiu dos vídeo-games. Um dos posts que compartilhou as imagens dizia que o um avião de guerra russo era derrubado por mísseis, após lançar algumas bombas na região. As imagens, porém, fazem parte do jogo Arma 3, já utilizado pela mídia estatal russa durante a cobertura de batalhas contra o Estado Islâmico, em 2018.

Exercício com paraquedistas

O vídeo de um exercício com paraquedistas ganhou as redes sendo associado à chegada de russos na Ucrânia. Ainda que realmente sejam soldados da Rússia nas imagens, trata-se de um treinamento realizado no ano de 2018.

Míssil iraquiano

O vídeo de um suposto míssil disparado pelo exército russo também circulou nas redes, mas não passava de mentira. O disparo realmente ocorreu, mas em 2021, quando a embaixada dos EUA no Iraque foi alvo de ataques.

Bandeira russa

Uma foto de dois homens levantando a bandeira russa na cidade de Kharkiv, na Ucrânia, também fo associada ao conflito. A imagem, porém, foi feita em 2014.

Voo em Moscou

Alguns usuários utilizaram o vídeo de um grupo de aviões russos para alertar que eles estavam sobre a cidade de Kiev, na Ucrânia. De fato, as aeronaves são russas, mas estavam voando sobre o próprio país. Isso porque o vídeo original foi feito em 4 de maio de 2020 para registrar um show aéreo realizado em Moscou.

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Avião da Embraer pode ter sido abatido por sistema de defesa russo, indicam fontes

O acidente com o avião da Azerbaijan Airlines que deixou 38 mortos na última quarta-feira pode ter sido causado por um sistema de defesa aérea russo, segundo informações obtidas pela agência Reuters. A suspeita foi inicialmente levantada por Andriy Kovalenko, membro da segurança nacional ucraniana, que mencionou imagens mostrando coletes salva-vidas perfurados. Especialistas em aviação e militares corroboraram a análise, e até mesmo a mídia russa considerou a possibilidade de a aeronave ter sido confundida com um drone ucraniano.

Enquanto isso, as autoridades russas e do Cazaquistão pedem cautela. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, declarou que especulações sobre as causas são prematuras, e o presidente do Senado do Cazaquistão, Mäulen Äşimbaev, reforçou que a investigação está em andamento, garantindo transparência nos resultados.

O avião, que partiu de Baku, capital do Azerbaijão, com destino a Grozny, na Rússia, desviou significativamente de sua rota antes de cair no Cazaquistão. A companhia aérea inicialmente sugeriu que o acidente poderia ter sido causado por colisão com aves, mas especialistas descartaram essa hipótese. Serik Mukhtybayev, especialista cazaque, e o brasileiro Lito Sousa destacaram que os danos nos destroços apontam para uma causa externa, possivelmente relacionada a um ataque.

Relatos e análises reforçam a teoria de que o avião foi atingido por um míssil. Um piloto militar francês, sob anonimato, afirmou que os danos na cauda são consistentes com explosões de estilhaços. O blogueiro russo Yuri Podolyaka também mencionou sinais típicos de sistemas antiaéreos.

Dados do site Flightradar24 mostram que o avião enfrentou interferências de GPS antes do acidente, algo já atribuído à Rússia em ocasiões anteriores. A Chechênia, destino final do voo, havia sido alvo de ataques com drones no mesmo período, segundo informações locais.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, evitou especular, atribuindo o desvio de rota ao mau tempo. A caixa-preta do avião foi recuperada e será analisada para determinar a causa do acidente. Das 67 pessoas a bordo, 29 sobreviveram, sendo que 11 permanecem em estado grave.

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