150 anos da Sorocabana: passado glorioso e desafios para o futuro.

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Iniciada há 150 anos com ‘dois vinténs’, a ferrovia Sorocabana vive de um passado glorioso e de marcas deixadas pelo abandono ao longo dos anos. A série de reportagens da de explora a importância da Estrada de Ferro Sorocabana (EFS), trazendo à tona as lembranças de quem fez parte dela e projetando o futuro através do turismo e da reativação do transporte de cargas e passageiros.

Há exatamente 150 anos, um apito ecoou em Sorocaba (SP) com a chegada do primeiro trem à cidade, marcando assim o início de um novo tempo para a região e para a Estrada de Ferro Sorocabana (EFS). Idealizada pelo empresário Luiz Matheus Maylasky, a EFS tinha como objetivo principal ligar a capital paulista até a Real Fábrica de Ferro de São João de Ypanema (atual Iperó), tornando-se uma das ferrovias mais relevantes do Brasil.

Maylasky, engenheiro e militar nascido na atual Eslováquia, acreditava nas ferrovias como o caminho para o progresso. Apesar das resistências iniciais, sua visão visionária se concretizou com a inauguração do primeiro trecho da ferrovia em 1875. A Sorocabana se expandiu ao longo dos anos, tornando-se uma das maiores ferrovias do país, com uma extensa rede de trilhos que chegou a 2.172 quilômetros em seu auge em 1959.

A importância da Sorocabana no desenvolvimento de Sorocaba e de São Paulo foi crucial. A cidade recebeu as grandes oficinas da ferrovia na década de 1920, gerando empregos, serviços e impulsionando a urbanização local. Entretanto, o declínio da ferrovia coincidiu com a ascensão das rodovias a partir dos anos 1960, levando ao fechamento de ramais e à diminuição da abrangência da linha férrea.

A gestão da antiga Sorocabana passou por diferentes mãos ao longo dos anos, até chegar à empresa Fepasa entre 1971 e 1998. Atualmente, parte da extensão da ferrovia encontra-se abandonada, com estações desativadas e trilhos inativos. No entanto, os 150 anos da Sorocabana representam um marco de um passado glorioso que ainda pode indicar caminhos para o futuro, ressaltando a importância de se pensar nas ferrovias como parte de um plano de Estado a longo prazo.

Durante a Revolução de 1932, a Estrada de Ferro Sorocabana desempenhou um papel fundamental, sendo utilizada para transporte de tropas, alimentos e armas. Além disso, a ferrovia teve participação no movimento abolicionista, contribuindo para o transporte de escravizados fugidos. Hoje, os desafios são outros, mas a história e o legado da Sorocabana continuam presentes, apontando para a necessidade de investimentos e planejamento estratégico no setor ferroviário.

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