153 trabalhadores são resgatados em trabalho análogo a escravidão em Goiás

Mais 150 trabalhadores foram resgatados por trabalho análogo a escravidão em duas cidades de Goiás. 139 deles pessoas trabalhavam em uma usina de cana-de-açúcar e outros 13 trabalhadores, da mesma forma, só que em uma fábrica de ração todos em Acreúna, no sudoeste do estado. Já em Quirinópolis, mesma região, um caseiro de 67 anos foi encontrado em uma casa que não possuía nem banheiro. Até o momento, o nome das empresas e empresários de onde essas vítimas atuavam não foram divulgados.

A operação foi desenvolvida de forma conjunta Ministério Público (MPT), Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRTb/GO), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Federal (PF). A ação iniciou no dia 7 deste mês e foi concluída nesta quinta-feira, 16.

Usina de cana-de-açúcar

A situação foi descoberta após uma denúncia registrada no site do ministério, em seguida, foi feita uma ação conjunta entre os órgãos, que resultou no resgate. De acordo com o MPT, eles trabalhavam de forma forçada, com jornadas exaustivas, se submetiam a situações degradantes de trabalho e não recebiam alimentação. O órgão ainda afirmou que os trabalhadores são de cidades do nordeste, como Piauí, Pernambuco, Maranhão e Bahia.

Por volta das 12h desta quinta-feira foi realizada uma ação coletiva no Fórum de Acreuna para indenizar as vítimas. O MPT apurou que havia irregularidades nos contratos dos funcionários e que a usina teria contratado empresas terceirizadas que seriam responsáveis por atrair os trabalhadores para este serviço. 

A usina contratava empresas e atraiam esses trabalhadores para trabalhar no local com a promessa de receber um salário maior do que era pago, e com alojamentos com “boas condições” para eles morarem.

Durante a ação coletiva foi definido que a usina terá de fazer o acerto retroativo dos valores devidos. Sendo assim foram negociados: R$ 900 mil de verbas rescisórias, sendo parte deste valor por danos morais individuais e R$ 500 mil de danos morais coletivos.

Fábrica de ração

13 trabalhadores também foram resgatados em situação análoga ecravidão em outro ponto da cidade de Acreúna, em uma fábrica de ração. Segundo o ministério, cinco destes trabalhadores estavam alojados em abrigos que não serviam “nem para abrigar animais”. 

“Dormiam num abrigo imundo, no chão, em pedaços de espumas antigas e em meio a muito lixo. Todos estavam sem registro e não recebiam salários regularmente”, escreveu o MPT.

Caseiro em Quirinópolis

Um caseiro de 667 anos em situação semelhante foi encontrado em uma fazenda na zona rural de Quirinópolis. Ele foi resgatado de uma propriedade rural, trabalhando sem as mínimas condições necessárias e morando em uma casa que não tinha nem mesmo banheiro e que está com a estrutura prestes à cair,

O MPT informou que o caseiro recebia cerca de R$ 600 por mês e morava em uma casa dentro da própria fazenda onde ele atuava. O auditor fiscal do órgão, Roberto Mendes, relatou que a fazendeira que o empregava terá de pagar cerca de R$ 14,5 mil ao idoso por verbas rescisórias.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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