O percentual de confiança dos brasileiros nas Forças Armadas teve um recuo recorde no ano passado, segundo a pesquisa Genial/Quaest. O levantamento, realizado entre dezembro e agosto, aponta que o índice passou de 43% para 33% no percentual de quem diz ‘’confiar muito’’ nos militares. Já a soma dos que declararam ‘’confiar pouco’’ ou ‘’não confiar’’ na instituição subiu de 54% para 62% no mesmo período.
Um dos motivos para a diminuição na confiança nas instituições armadas está fortemente ligadas às tramas golpistas que se aproximaram dos quartéis durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
A queda nas crenças dos brasileiros nos militares se deu em praticamente todos os segmentos da população, se acentuando mais entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Neste grupo, cerca de 40% afirmaram ‘’confiar muito’’ nas Forças Armadas. O percentual dos que dizem ‘’não confiar’’ na instituição subiu de 7% para 20% desde dezembro, enquanto os que declaram “confiar pouco’” passaram de 31% para 38%.
Evangélicos
Outro segmento pesquisado e alinhado ao ex-presidente são os evangélicos, que participaram fortemente na campanha de reeleição de Bolsonaro. Entre o grupo religioso, a taxa dos que ‘’confiam muito’’ nas Forças Armadas caiu de 53% para 37%. Já no Norte e Centro-Oeste, regiões onde predomina eleitores do ex-presidente, esse percentual foi de 46% para 32% no período.
As Forças Armadas são a única instituição que viu sua avaliação junto à opinião pública ter variação significativa, além da margem de erro estimado na pesquisa. Foram mensurados também os níveis de confiança dos brasileiros na Polícia Militar, nas igrejas evangélicas e católicas, no Supremo Tribunal Federal (STF), no Congresso Nacional e nos partidos políticos.
A pesquisa foi feita de 10 a 14 de agosto a partir de 2.029 entrevistas realizadas presencialmente, em 120 municípios, com brasileiros de 16 anos ou mais. A margem de erro é estimada em 2,2 pontos percentuais para mais ou menos, para um nível de confiança de 95%.