O ano de 2024 foi o mais letal para jornalistas em todo o mundo, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira, 12, pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). De acordo com a organização, pelo menos 124 jornalistas foram mortos em 18 países, o maior número já registrado desde o início da contagem há mais de três décadas.
A guerra entre Israel e o Hamas foi apontada como um dos principais fatores para esse aumento. O CPJ afirma que 85 jornalistas morreram em Gaza devido a ações das forças militares israelenses, acusando Israel de dificultar investigações e transferir a responsabilidade pelas mortes. O Exército israelense, por sua vez, declarou que não recebeu informações suficientes para verificar os casos e afirmou que não tem jornalistas como alvos deliberados.
O número total de jornalistas mortos em 2024 superou os registros de anos anteriores. Em 2023, foram 102 mortes, enquanto 2022 contabilizou 69 vítimas. O recorde anterior era de 2007, com 113 jornalistas mortos, muitos em decorrência da guerra no Iraque. Além do conflito no Oriente Médio, Sudão e Paquistão também registraram um alto número de mortes de profissionais da imprensa.
Jodie Ginsberg, diretora-executiva do CPJ, afirmou que este é o período mais perigoso para jornalistas desde que a entidade começou a monitorar esses casos. Segundo o comitê, houve um “aumento alarmante de assassinatos seletivos”, com pelo menos 24 jornalistas mortos de forma deliberada em países como Haiti, México, Mianmar e Sudão. O CPJ também investiga 20 casos em que Israel pode ter atacado jornalistas intencionalmente.
A guerra em Gaza começou após o ataque do Hamas em outubro de 2023, que deixou 1.200 mortos e 251 reféns, segundo Israel. Em resposta, as forças israelenses lançaram uma ofensiva na Faixa de Gaza, resultando em mais de 48 mil mortes, de acordo com autoridades de saúde palestinas.
Até o momento, pelo menos seis jornalistas foram mortos em 2025, conforme os dados do CPJ.