Juiz de Piracanjuba é afastado por suspeita de irregularidades no cargo

Magistrado é investigado por prática irregular no exercício da função

Uma sindicância foi instaurada por determinação do desembargador Gilberto Marques Filho, presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) para apurar a conduta funcional do juiz de Direito de Piracanjuba, Gabriel Consigliero Lessa, que foi afastado do cargo durante a investigação. A denúncia contra ele é a de prática irregular à frente da comarca, inclusive com ameaça com arma de fogo a servidores do Poder Judiciário.

De acordo com a denúncia, o magistrado teria coagido, ameaçado e feito pressão psicológica em servidores que teriam participado de uma paralisação na comarca. Além de exigir que os servidores trabalhassem em horário não compatível ao do expediente normal, ele teria feito isso usando arma de fogo para intimidar os servidores, que denunciaram ao Sindicado dos Servidores e Serventuários da Justiça do Estado de Goiás (Sindijusiça) constantes constragimentos a que eram submetidos por parte do juiz, configurando a prática de assédio moral.

Mesmo afastado, o juiz vai receber os vencimentos normalmente, conforme a assessoria de imprensa do TJ-GO. O magistrado está impedido de usar o local de trabalho e de usar o carro oficial.
WhatsApp

Em julho deste ano, o juiz ficou conhecido nacionalmente ao fazer audiências utilizando o WhatsApp, como forma de dar agilidade aos processos. Desta forma, ele evitava que pessoas de outras cidades e que acionaram a justiça não precisassem se deslocar até a comarca mais próxima para participar das sesssões.

Na época, Gabriel Lessa explicou que somente as audiências em que as partes concordavam com o uso da ferramenta que ela era utilizada. A videoconferência pelo aplicativo era utilizada em processos de menor gravidade, por crimes com pena de até dois anos de detenção e em com ações com valor máximo de 40 salários mínimos.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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