Última atualização 25/05/2023 | 16:24
Um levantamento inédito revelou que aproximadamente 2,5 mil goianos não conseguiram passar pela radioterapia. Esse tratamento oncológico é recomendado para 60% dos casos de câncer. A Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBR) estima média de 73 mil pacientes no País sem acesso ao recurso, o que pode ter contribuído indiretamente para mais de 110 mil mortes.
Entre janeiro de 2008 e dezembro de 2022, a incidência acumulada de câncer no Brasil foi de 6,2 milhões de casos novos. Neste período, 1,1 milhão de pacientes com câncer não fizeram radioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O impedimento está relacionado à falta de acesso a fatores econômicos, políticos e técnicos.
A instituição conseguiu apurar a disparidade de acesso à tecnologias, defasagem da tabela de remuneração, ausência de serviços em alguns estados por conta de número insuficiente do tratamento e má distribuição de aceleradores lineares e dados cumulativos de pacientes com indicação clínica que não recebem radioterapia.
O pagamento do tratamento custeado pela rede pública de saúde caiu 43% em uma década. Uma série de outros fatores constam na fórmula negativa, como um limite congelado de pacientes a serem atendidos em todos os 120 municípios brasileiros com esse tipo de serviço mesmo que exista capacidade instalada e falta de prioridade da radioterapia no orçamento.
Por outro lado, o Ministério da Saúde só conseguiu instalar pouco mais da metade do total de aparelhos do projeto original em dez anos. A defasagem da tabela e o teto de atendimento limitam a oferta de recursos técnicos compatíveis com tratamentos mais otimizado com menos sessões e assertivos de radioterapia que possibilitam tratar a região com câncer e preservando os tecidos saudáveis.
Estratégico
O Projeto RT 2030 elaborado dela SBR criou um documento com recomendações de intervenções necessárias para atingir a integralidade de acesso para a população até 2030. Em Goiás, a estimativa é de 10.649 novos casos de câncer até 2030 – quantidade bem acima da previsão feita para 2020, com 7.733 pacientes.
A radioterapia utiliza radiações ionizantes, a exemplo de raios-x, que são um tipo de energia para destruir as células do tumor ou impedir que elas se multipliquem. Essas radiações não são vistas durante a aplicação e o paciente não sente nada durante a aplicação. O tumor pode desaparecer e a doença ficar controlada, ou, até mesmo, curada. O número de aplicações varia de acordo com a extensão e a localização do tumor, dos resultados dos exames e do estado de saúde do paciente.