28% do esgoto de Goiânia é despejado irregularmente no Meia Ponte, aponta UFG

Um levantamento da Universidade Federal de Goiás (UFG) identificou que 28% do esgoto produzido em Goiânia é despejado irregularmente no rio Meia Ponte. Apesar disso, dados de 2021 apontavam que a capital goiana era a quarta melhor cidade com relação à coleta desse tipo de resíduo. O grande problema é a falta de tratamento, conforme o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

 

Além do prejuízo ambiental, o impacto do descarte inadequado afeta a saúde da população. O rio Meia Ponte é a principal fonte de abastecimento de água em Goiânia. Outro fator preocupante apontado pelos pesquisadores da UFG foi o encontro de 31 pontos de assoreamento, erosão e uso inadequado para atividades de mineração. No curso d’água, o grupo verificou a presença de isopores, plásticos e lixo. 

 

Os pesquisadores percorreram 40 quilômetros do rio para fazer um diagnóstico da fauna, flora, qualidade da água, e a partir daí, ter informações para a criação e implementação de políticas públicas para recuperação e proteção do rio Meia Ponte. A despoluição deve começar ainda neste ano com o fim de obras que captará o esgoto enviado irregularmente para o rio.

 

“Nos seis dias de expedição, a UFG pode auxiliar com diferentes ações, avaliando a situação do Rio Meia Ponte, onde perceberam diversas irregularidades. Nessa próxima etapa, irá contribuir com a escrita da Carta das Águas, indicando possíveis soluções para os problemas encontrados. Atividades desse tipo, além de aproximar ainda mais a Universidade da comunidade, contribui com a formação dos nossos discentes, da graduação e pós graduação, que puderam participar, juntamente com seus professores orientadores”, destacou a pró-reitora adjunta de Extensão e Cultura e diretora de Extensão, Adriana Régis.

 

A bacia hidrográfica do rio Meia Ponte tem 39 municípios e concentrar aproximadamente 40% da população em apenas 4,2% do território do estado, incluindo polos industriais e agroindustriais. Ela faz parte do complexo hidrográfico da bacia hidrográfica do rio Paraná e abrange uma área de aproximadamente 12.180 quilômetros quadrados. As nascentes estão na  Serra dos Brandões, em Itauçu e a foz no rio Paranaíba, em Cachoeira Dourada, na com Minas Gerais. 

 

Raio-X

 

Em 2022, 78,0% dos domicílios urbanos do país estavam ligados à rede geral de esgoto, segundo o IBGE. Em São Paulo (96,4%), Distrito Federal (94,1%), Minas Gerais (92,3%) e Rio de Janeiro (90,6%), mais de 90% dos domicílios urbanos estavam ligados à rede de esgoto, enquanto no Amapá (23,1%), Piauí (23,3%), Rondônia (27,3%) e Pará (28,0%), menos de 30% dos domicílios urbanos tinham este serviço.

 

No ano passado, entre os domicílios urbanos, 78,0% tinham esgotamento sanitário por rede geral coletora. Os maiores percentuais de domicílios urbanos com este serviço estavam no Sudeste (93,9%) e no Sul (78,2%), com Centro-Oeste (66,3%), Nordeste (61,7%) e Norte (38,0%).

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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