30 de Agosto: Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla 

Entre os sintomas mais frequentes da esclerose múltipla estão a exaustão intensa, dificuldades na locomoção, problemas visuais e desafios de coordenação (Reprodução/Instagram)

No dia 30 de agosto é comemorado nacionalmente a conscientização da Esclerose Múltipla. A doença afeta o sistema nervoso central e pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes e é mais comum em adultos jovens caucasianos, na faixa etária entre 20 e 50 anos, e atinge principalmente mulheres.

O que é esclerose múltipla?

A Esclerose Múltipla é caracterizada por uma inflamação crônica que danifica a mielina, a camada protetora que envolve as fibras nervosas do cérebro e da medula espinhal. A desmielinização interfere na transmissão dos impulsos nervosos no corpo, gerando diversos sintomas, que variam amplamente de pessoa para pessoa e podem mudar ao longo do tempo.

De acordo com a Dra. Aline Leite Duarte, neurologista do Instituto de Neurologia de Goiânia, entre os principais sintomas da esclerose múltipla estão alterações visuais, que podem cursar tanto com uma dificuldade, para se enxergar, quanto mesmo com a visão dupla. Uma fraqueza nos membros, que pode acontecer nos braços, nas pernas, ou somente em um segmento do corpo. Dormências ou formigamentos. Dificuldade para falar ou para engolir, fadiga, incontinência urinária e até mesmo desequilíbrio.

“E esses sintomas, eles podem variar de pessoa para pessoa, não necessariamente eles acontecem todos juntos, né, então esse acometimento, ele é variável de acordo com a área do cérebro em que foi acometida”, completou Dra. Aline.

Data comemorativa 

A data foi criada para chamar a atenção da população e dos profissionais de saúde sobre a doença, alertando sobre a importância do diagnóstico precoce, dos tratamentos e mostrando que é possível conviver com a esclerose.

A Dra. Aline contou ao Jornal Diário do Estado (DE) que um dos principais propósitos subjacentes ao Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla são fundamentados no fato de que essa enfermidade neurológica figura como a segunda maior causa de incapacidade em indivíduos jovens, sendo superada somente por traumas. 

“Nós estamos falando de pacientes, principalmente mulheres, em torno de 20 a 40 anos, então é um grupo etário realmente muito jovem e alguns estudos mostram, como publicado pelo Datafolha, que 80% da população desconhece essa doença e quanto mais cedo é realizado o diagnóstico menor incapacidade esse paciente provavelmente terá e quanto mais precoce for instituído o tratamento, melhor prognóstico quanto a essa doença”, complementou a doutora. 

Embora as causas da esclerose múltipla permaneçam desconhecidas, acredita-se que possam estar ligadas a predisposições genéticas e à exposição a fatores como deficiência de vitamina D, infecções virais (como o vírus Epstein Barr) e obesidade na infância. Apesar de não haver cura para a doença, um tratamento adequado para gerenciar a progressão da esclerose múltipla pode proporcionar aos pacientes uma boa qualidade de vida.

“A esclerose múltipla talvez seja a doença neurológica em que mais há incentivos da indústria farmacêutica, quanto há novos estudos. Então, atualmente vários novos medicamentos estão sendo estudados em relação à esclerose múltipla. Nos últimos 10 anos a gente teve uma grande mudança de paradigma no tratamento da esclerose e devido também à questão de novos medicamentos terem entrado no mercado”, finalizou a doutora. 

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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