33 alunos passam mal após dedetização e relato de água contaminada em escola de Osasco, na Grande SP; criança ficou na UTI
Alunos relataram gosto ruim na água e presença de pó branco em sala de aula após nebulização. Prefeitura da cidade diz ter colhido amostras da água e que acompanha saúde dos alunos.
Aproximadamente 33 alunos da Emef Professor João Euclydes Pereira, na Vila Serventina, em Osasco, na Grande São Paulo, passaram por mal-estar na última terça-feira (26), após a escola ter passado por uma dedetização.
O método adotado foi a nebulização, que consiste na dispersão de produtos químicos em formato de névoa para afastar insetos.
Conforme o relato das famílias, as crianças apresentaram sintomas como ardência nos olhos, garganta e nariz, e foram atendidas por duas unidades do Samu na própria unidade escolar.
O caso mais grave envolveu um menino de oito anos, aluno do 3º ano do ensino fundamental, que permaneceu internado na UTI do Hospital São Luiz e teve alta hospitalar somente no sábado (30).
O estudante enfrentou uma infecção intestinal grave, sem causas exatas definidas pelos médicos, conforme o relatório clínico ao qual DE teve acesso.
Os alunos mencionaram às famílias que, já na segunda-feira (25), antes da dedetização, a água da escola apresentava um gosto desagradável e que a direção não os orientou a não consumi-la. Alguns alunos passaram mal após ingerirem a água.
A mãe do aluno, Larissa Rodrigues, explicou a situação: “Na segunda, antes da dedetização, as crianças reclamaram na escola que a água estava com gosto ruim e adocicado. Muitas já chegaram em casa passando mal, como Heitor, e não foram para a escola no dia seguinte. Na terça-feira, as outras crianças chegaram à escola e relataram ter encontrado muito pó branco nas carteiras e um cheiro desagradável de veneno nas salas. A professora disse que pegou um pano com álcool para limpar as carteiras, com a ajuda deles”.
Segundo Larissa, ainda não se sabe se as crianças passaram mal devido a alguma substância utilizada na dedetização ou por alguma possível contaminação no sistema de água da escola.
Ela registrou um boletim de ocorrência no 10° Distrito Policial de Osasco na quarta-feira (3), acusando a direção da escola de negligência e lesão corporal.
A família teve a visita do secretário de Educação da cidade, José Toste Borges, no hospital na quinta-feira (28). Segundo a mãe do menino, o secretário quis saber detalhes do incidente.
Além de Larissa, pelo menos mais duas mães registraram boletim de ocorrência contra a escola, conforme apurou DE.
A Prefeitura de Osasco emitiu um comunicado sobre o ocorrido na Emef João Euclides Pereira, esclarecendo que 33 alunos apresentaram sintomas de ardência nos olhos, garganta e nariz, sendo atendidos pelas equipes do Samu na própria unidade escolar.
Na noite anterior, a escola passou por um processo de nebulização conduzido pela equipe de Zoonoses. Seguindo os protocolos do Ministério da Saúde, após a nebulização, o espaço estaria liberado para uso após 20 minutos, já que o produto utilizado é à base de água.
O aluno H. apresentou mal-estar na segunda-feira, antes da nebulização na unidade, tendo sido hospitalizado. O laudo médico indicou uma infecção intestinal, e a prefeitura aguarda resultados das amostras da água encaminhadas ao Instituto Adolpho Lutz para avaliação.
A Prefeitura reiterou seu compromisso com o bem-estar e a segurança das crianças, mantendo acompanhamento contínuo da situação, com total transparência com a comunidade escolar.