55% dos pontos comerciais em Goiânia fecharam na pandemia

55% dos pontos comerciais em Goiânia fecharam na pandemia

Um levantamento do Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas-GO) constatou que duas em cada cinco lojas comerciais em Goiânia fecharam as portas da pandemia. O levantamento foi realizado em fevereiro deste ano. 

Segundo a pesquisa, de 4.532 pontos comerciais encontrados em grandes avenidas da capital, como Anhanguera e Tocantins, o Sindilojas-GO detectou que 45% delas (2.043 das lojas) encerraram as atividades. 

O levantamento mostra que apenas 55% dos pontos comerciais existentes nestes e em mais de 20 polos do varejo na capital estão em funcionamento (corresponde a 2.489 lojas de rua). Segundo o presidente do Sindilojas-GO, Cristiano Caixeta, o cenário é considerado alarmante. 

“Quando o comércio de rua enfraquece, a economia da cidade também esmorece. Não são só CNPJs que deixam de existir, mas milhares de empregos, renda de muitas famílias e arrecadação tributária, prejudicando os investimentos feitos com os impostos arrecadados”, analisa Cristiano.

O sindicato calcula que, considerando o fechamento de 4.543 lojas, a economia de Goiânia deixa  de movimentar anualmente R$ 2,1 bilhão, fechando 15 mil postos de trabalho. Ainda nos cálculos, o fechamento pode levar a uma perda de arrecadação tributária de R$ 147,8 milhões por ano, para o Estado e para a Prefeitura de Goiânia. 

Já no interior, o Sindilojas-GO consultou 61 entidades para apurar a situação do varejo nas demais regiões do estado. Apesar de 60% das entidades responderem que o comércio em suas cidades têm melhorando, 18% delas sinalizaram piora nas vendas e fechamento de lojas.

Motivação 

De acordo com o presidente do Sindilojas-GO, uma parcela significativa das lojas físicas pode ter migrado para o e-commerce para diminuir custos operacionais com aluguéis, contas de água e energia elétrica, além de impostos como IPTU

“Os governantes precisam criar meios de socorrer o setor produtivo, que tanto contribui para a empregabilidade em Goiás e no Brasil. Uma alternativa seria abrir crédito subsidiado através do BNDES, como foi feito na pandemia; já é um alento para as micros, pequenas e médias empresas”, argumenta o presidente Cristiano Caixeta.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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