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59% da população na Amazônia vive em municípios com presença de facções

Última atualização 30/11/2023 | 12:45

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Instituto Mãe Crioula divulgaram o resultado do estudo “Cartografias da Violência na Região Amazônica“, que revela que a taxa de mortes violentas intencionais na Amazônia Legal foi 52% maior do que a taxa no Brasil. De acordo com o levantamento, o Brasil registrou cerca de 23,3 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes, enquanto na região amazônica essa mesma taxa foi de 33,8.

Entenda mais sobre o estudo

O estudo apresenta uma redução no número de mortes violentas na região, mas ainda está acima da média nacional registrado ao longo de 2022.  A Amazônia Legal é composta por nove estados brasileiros, sendo eles Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Entre esses estados, o Amapá foi o estado mais violento, com taxa de 50,6 mortes por 100 mil habitantes. 

Em seguida, está o Amazonas com taxa de 38,8, o Pará com 36,9, Rondônia com taxa de 34,3, Roraima e Tocantins com taxa de 30,5 mortes por 100 mil habitantes. Os estados com as menores taxas foram Mato Grosso com 29,3, o Acre com 28,6 e o Maranhão, com 28,5. No total, foram mais de 9 mil pessoas vítimas de mortes violentas intencionais na Amazônia Legal. 

O levantamento associa esses dados com o surgimento de redes do narcotráfico e a interiorização das facções criminosas na Amazônia e explica que tal fenômeno ocorre em função do interesse destes grupos em controlar as principais rotas que começam nas fronteiras até as principais cidades que funcionam como pontos de integração da organização espacial e territorial do crime organizado. 

Assim, o estudo indica que 59% da população vive em municípios com a presença marcante de organizações criminosas. Isso equivale a um terço dos habitantes da Amazônia Legal. “Estas facções nos últimos anos chegaram até as comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas, uma ameaça para além das cidades, conectando-se a outras atividades ilegais e crimes ambientais”, afirma o relatório.