O arquivamento da denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara contou com uma mãozinha de 36 deputados investigados pela Operação Lava Jato, a mesma que acusa o chefe do Executivo federal de ter sido beneficiário de uma propina de R$ 500 mil paga pela holding J&F, dona do frigorífico JBS.
Dos 61 deputados investigados pela Lava Jato, 59% deles foram aos microfones do plenário da Câmara para votar pelo arquivamento da acusação.
Por outro lado, 24 alvos da Lava Jato na Câmara (39% dos investigados) se manifestaram a favor da denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR).
A maioria dos que votaram contra o arquivamento é integrante de partidos que fazem oposição ao governo Michel Temer. Dos deputados investigados que votaram a favor da denúncia, 13 são do PT e 1 do PC do B.
Desses 24, apenas 10 fazem parte da base aliada do presidente da República.
- 4 do PP
- 3 do PSDB
- 1 do PSD
- 1 do PTB
- 1 do DEM
Na sessão desta quarta (2), a Câmara dos Deputados barrou, por 263 votos a 227, o prosseguimento da denúncia apresentada em junho pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Na votação, Temer ainda foi beneficiado com as ausências de 19 dos 513 deputados, além das duas abstenções registradas. Todas as ausências contavam a favor do peemedebista, na medida em que dificultavam a oposição a alcançar o número mínimo de votos necessários para autorizar o andamento da denúncia.
Aliado de Temer e primeiro na linha de sucessão da Presidência da República, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não votou na sessão desta quarta em razão do artigo 17 do regimento interno da Casa. O artigo determina que, nas sessões com votações abertas, o presidente da Câmara vota apenas para desempatar.