600 câmeras de videomonitoramento serão instaladas em Aparecida de Goiânia

Foto: Rodrigo Estrela

Apesar de a Segurança Pública ser de responsabilidade do Estado e uma obrigação de todos, a Prefeitura de Aparecida está investindo para melhorar esta área no município. E focado neste processo, consta no projeto Cidade Inteligente a instalação de 600 câmeras de videomonitoramento com inteligência artificial. Em reunião na manhã desta quinta-feira (17), na sala de reuniões da Cidade Administrativa, o prefeito Gustavo Mendanha anunciou que as instalações das câmeras terão início no próximo mês.

“Estamos pensando na melhoria da sensação de segurança da população de Aparecida e de quem passa pela cidade diariamente. Por isso, mesmo não sendo uma obrigação do município, trabalhamos com essa contrapartida que irá auxiliar o trabalho das forças de segurança municipais e estaduais. Pois os equipamentos de videomonitoramento que serão instalados na cidade, possuem um sistema inteligente de reconhecimento facial e de placas, com isso vamos mudar o quadro da segurança pública em Aparecida”, destacou o prefeito Gustavo que viu as câmeras de perto em sua última viagem à China.

As 600 câmeras contam com um moderno sistema “Olhos de Águia” que contam com um software que faz a identificação de rostos e placas de veículos. Esses equipamentos serão instalados em pontos estratégicos da cidade, fazendo a vigilância, tanto do patrimônio público quanto da população. O objetivo da administração é de além de reduzir crimes, ajudar na identificação de suspeitos e ainda potencializar o trabalho da Guarda Civil e demais forças de segurança pública, proporcionando eficiência no atendimento ao cidadão e maior segurança para a população de Aparecida.

De acordo com o Secretário de Mobilidade e Defesa Social, Roberto Cândido, toda a estrutura já está sendo preparada para a instalação das câmeras. “Fizemos um levantamento, juntamente com membros do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM) de Aparecida e juntos decidimos em quais pontos da cidade as câmeras serão instaladas. Queremos com este processo reduzir o índice de criminalidade na cidade e garantir mais segurança para todos, pois o monitoramento poderá inibir a ação dos criminosos”, disse.

Para iniciar a instalação das Câmeras está sendo finalizada a implantação dos 540 quilômetros de fibra ótica na cidade, que levará a rede de internet para todos os cantos, auxiliando principalmente na captura e divulgação das imagens. “Trabalhamos para concluir o processo de fiação. Até o momento temos cerca de 220 km de fibra ótica implantada na cidade, 80 postes já foram instalados e a parte de Data Center está sendo concluída. Seguimos um cronograma desde o primeiro semestre deste ano”, explicou o diretor de Inovação, Ernesto Veiga, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Aparecida (SCTI).

Cidade Inteligente

A instalação das câmeras de videomonitoramento fazem parte do projeto Cidade Inteligente, que visa transformar Aparecida em uma cidade conectada e tecnológica. A fase inicial do projeto abrange quatro ações principais: a instalação de 540 km de fibra óptica, a ampliação do videomonitoramento da cidade com aquisição de 600 câmeras com reconhecimento facial e de placas, implantação de 200 pontos de acesso livre e gratuito à Internet, e contratação de um data center próprio para o controle de gastos públicos. O projeto busca realizar ações eficazes na construção de uma cidade conectada, universalizando todos os setores da administração pública e da sociedade, resultando em uma maior eficiência da gestão pública e melhor prestação de serviço ao cidadão.

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Jovem baleada por agentes da PRF continua em estado grave no hospital

A jovem Juliana Leite Rangel, 26 anos, permanece em estado grave, no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN),em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela foi internada na unidade, às 21h12, de terça-feira, 24, após ser atingida por um tiro de fuzil na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Rodovia Washington Luís (BR-040), também naquele município.

Por meio da Secretaria Municipal de Saúde e da direção do HMAPN, a Prefeitura de Duque de Caxias informou que a jovem foi levada para a unidade pela PRF. “A direção do HMAPN informa que a paciente, atingida por arma de fogo (PAF) em crânio, foi entubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento, sem intercorrências. No momento, segue internada no CTI, hemodinamicamente instável, entubada e acompanhada por equipe multidisciplinar. A paciente mantém o quadro gravíssimo”, informou em nota divulgada no início da manhã desta quinta-feira, 26.

Em entrevista ontem no Hospital, a médica intensivista do Adão Pereira Nunes, Juliana Paitach, disse que mesmo em estado grave, Juliana Leite Rangel, tem reagido positivamente aos medicamentos que vem recebendo. “Do que ela chegou para agora não teve piora. Ela se manteve em um grau de gravidade que estabilizou com as drogas que estão entrando com a medicação e não teve piora, ou seja, a pressão se manteve com a medicação que está entrando. É uma paciente jovem, que foi atendida com rapidez e muita eficiência, que tem tudo para evoluir com positividade, mas não tem como a gente saber”, afirmou.

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou Procedimento Investigatório Criminal, assinado pelo procurador da República, Eduardo Santos de Oliveira Benones, considerando que, conforme a Constituição de 1988 definiu, o órgão tem a incumbência da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

No texto, o procurador apontou que a jovem de 26 anos seguia de carro na companhia de familiares para comemorar o Natal e sofreu gravíssimos ferimentos. Benones destacou que ela não foi a única vítima, uma vez que o pai  dela, Alexandre, também foi baleado.

O procurador determinou que, considerando a necessidade de efetuar diligências, “visando a colheita de informações, documentos e outros elementos aptos a direcionar e definir a linha de atuação deste órgão ministerial no caso aqui apresentado”, a Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, dê informações sobre as providências adotadas. Requisitou ainda à Superintendência da Polícia Rodoviária Federal, também no Rio, a identificação dos policiais rodoviários federais envolvidos na ocorrência e a identificação dos autores dos disparos.

O procurador requereu também o imediato afastamento das funções de policiamento dos policiais envolvidos no caso, além do recolhimento dos veículos “com total preservação de seu estado, conforme verificado após a ocorrência”.

Benones determinou ainda o recolhimento e acautelamento das armas, de qualquer calibre ou alcance, que estavam em poder dos policiais envolvidos, “independentemente de terem sido utilizadas ou não, para realização de perícia”.

Para o HMAPN, o procurador pediu a expedição de um ofício para que o diretor da unidade informe ao MPF o estado de saúde das vítimas, independente de boletins médicos, bem como para o envio, de imediato, dos respectivos Boletins de Atendimento Médico de Juliana e de Alexandre.

Ainda no texto, o procurador determinou à Polícia do Ministério Público Federal que se dirija ao Hospital Adão Pereira Nunes, para apurar o estado de saúde da vítima, com declaração médica, a identidade dos integrantes da equipe médica que prestou os primeiros socorros, bem como da equipe responsável pelo acompanhamento do tratamento”.

Inquérito

A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a ocorrência da noite desta terça-feira, 24, que envolve policiais rodoviários federais. De acordo com a PF, as apurações começaram após ser acionada pela PRF.  Uma equipe esteve na Rodovia Washington Luís (BR-040) para realizar as medidas iniciais, como “a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”, contou em nota divulgada ontem.

Também em nota, a Polícia Rodoviária Federal  informou nesta quarta-feira, 25, que, por determinação da Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, foi aberto, na manhã de ontem, um procedimento interno para apuração de fatos relacionados aos disparos, na BR-040, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. De acordo com a PRF, “os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais”.

A corporação disse lamentar profundamente o episódio e esclareceu que, por orientação da Direção-Geral, “a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana”.

Quanto às investigações, indicou que colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas apurações do caso.

Ministério da Justiça e Segurança Pública

“A polícia não pode combater a criminalidade cometendo crimes. As polícias federais precisam dar o exemplo às demais polícias”, apontou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em nota divulgada pela pasta.

Lewandowski lamentou o incidente, que na visão dele, “demonstra a importância de uma normativa federal que padronize o uso da força pelas polícias em todo o país”.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública lamenta o ocorrido e se solidariza com a vítima e seus familiares. Informa ainda que tem empenhado todos os esforços para que as responsabilidades sejam devidamente apuradas”, completou a nota.

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