75,4% dos jovens não finalizaram educação básica no Brasil, diz Inep

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou o Censo de Educação Superior 2022, nesta terça-feira, 10. Conforme revelam os dados, menos de 25% dos jovens, com idades entre 18 a 24, acessam o ensino superior. Destes, 75,4% não finalizaram a educação básica e 43,4% concluíram o ensino médio.

Além disso, considerando 22,5 milhões dos jovens da mesma faixa etária, 21,2% não finalizaram o ensino médio, 9,9% frequentam o ensino médio e 1,2% ainda estão no ensino fundamental.

O estudo mostra algumas metas do Inep com a pesquisa. Um exemplo é “elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 anos de estudo no último ano de vigência deste plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)”.

O levantamento visa ainda elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% dos jovens de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento público.

De acordo com Carlos Moreno Sampaio, diretor do Inep, ainda há desafios em preencher vagas, principalmente em instituições públicas, e que 25% estão liberadas. “Não estamos conseguindo, na rede pública, preencher as vagas oferecidas. Nem em medicina conseguimos preencher todas as vagas”, disse.

Ingressos no ensino superior

Em relação aos números de pessoas que ingressaram no ensino superior em 2022, foram 4,7 milhões de pessoas. Desse total, 4,3 milhões de pessoas se matricularam na rede privada e 66% escolheram o ensino à distância (EAD), percentual considerado como histórico para o diretor do Inep.

Segundo Sampaio, o Ministério da Educação (MEC) está preocupado com os resultados do Censo de Educação 2022. “São muitos desafios e nenhuma política pública pode ser implementada sem ter dados. O MEC está preocupado com esses números”, afirma.

Para realizar a pesquisa, são levadas em consideração as instituições federais, estaduais, municipais, especiais e privadas, que ofertam cursos de graduação e sequenciais de formação específica.

Cursos EAD

O ministro da Educação, Camilo Santana, definiu o aumento de cursos superiores em EAD como algo “alarmante e desafiador”. Conforme os dados do Censo, a graduação remota aumentou 21%, se comparado a 2021.

Para garantir a qualidade desse formato de ensino, Santana disse que “decisões mais rígidas e duras” serão tomadas na coordenação e fiscalização desses cursos. “Nossa preocupação não é ter curso a distância, mas garantir a qualidade desse curso oferecido para a formação do profissional. Estávamos aguardando o relatório desse último Censo para tomar decisões mais rígidas ou duras para regular e coordenar esses cursos”, disse.

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Operação desmantela esquema de fraudes de R$ 40 milhões no Banco do Brasil; grupo aliciava funcionários e terceirizados

A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) lançaram uma operação para desarticular um grupo criminoso responsável por fraudes que somaram mais de R$ 40 milhões contra clientes do Banco do Brasil. A ação, realizada na manhã desta quinta-feira, 21, incluiu a execução de 16 mandados de busca e apreensão contra 11 investigados, entre eles funcionários e terceirizados do banco.
 
As investigações, conduzidas pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), revelaram que os criminosos utilizavam dispositivos eletrônicos clandestinos, como modens e roteadores, para acessar sistemas internos de agências bancárias e obter dados sigilosos de clientes. Esses dispositivos permitiam que os criminosos manipulassem informações, realizassem transações bancárias fraudulentas, cadastrassem equipamentos, alterassem dados cadastrais e modificassem dados biométricos.
 
A quadrilha atuava de forma organizada, com divisão de tarefas específicas. Havia aliciadores que recrutavam colaboradores do banco e terceirizados para obter senhas funcionais; aliciados que forneciam suas credenciais mediante pagamento; instaladores que conectavam os dispositivos aos sistemas do banco; operadores financeiros que movimentavam os valores desviados; e líderes que organizavam e coordenavam todas as etapas do esquema.
 
As denúncias começaram a chegar à polícia em dezembro de 2023, e as investigações apontaram que o grupo criminoso atuava em várias agências do Banco do Brasil no Rio de Janeiro, incluindo unidades no Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca, Vila Isabel, Centro do Rio, Niterói, Tanguá, Nilópolis e Duque de Caxias.
 
O Banco do Brasil informou que as investigações começaram a partir de uma apuração interna que detectou irregularidades, as quais foram comunicadas às autoridades policiais. A instituição está colaborando com a investigação, fornecendo informações e subsídios necessários.
 
A operação contou com a participação de cerca de 25 equipes policiais e tem como objetivo apreender dispositivos eletrônicos ilegais, coletar provas e identificar outros integrantes do esquema criminoso. Além disso, as autoridades estão em busca do núcleo superior do grupo criminoso e dos beneficiários dos recursos desviados.

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