90% dos cursos d’água de Goiânia estão em situação crítica, aponta Semad

O uso racional da água nas grandes cidades é um desafio cada vez mais urgente. Em Goiânia, o alerta se torna ainda maior diante dos sinais que vêm, literalmente, dos céus. O período de seca em Goiás neste ano deve ser um pouco mais longo do que nos últimos três anos, de acordo com estudos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). O prognóstico preliminar é que o El Niño prevaleça em 2023, o que pode atrasar a retomada das chuvas a partir de outubro. 

 

Na prática, isto significa mais calor e mais estiagem no segundo semestre, desencadeando, consequentemente, um maior consumo de água pela população e riscos de racionamento. As condições climáticas se tornam ainda mais adversas com o que se constata em terra firme: cerca de 90% dos cursos d’água de Goiânia estão em situação crítica. O dado é da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), por meio do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo).

 

Segundo informações no site da  Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Goiânia possui 85 cursos d’água, sendo quatro ribeirões (Anicuns, João Leite, Capivara e Dourados); um rio (Meia Ponte); e 80 córregos. Os principais problemas verificados nos mananciais da capital, hoje, são a ausência de mata ciliar, lançamentos clandestinos de esgoto, lançamentos clandestinos de entulho, focos de erosão, assoreamento e a ocupação irregular de faixa de ZPA-I (Zona de Proteção Ambiental).

Alerta

No processo de urbanização, áreas são desmatadas e substituídas pela impermeabilização de ruas asfaltadas, calçadas ou edificações. Mesmo as áreas protegidas por lei, muitas vezes, são impermeabilizadas pelo ser humano. Cenário que agrava ainda mais a situação, conforme explica o conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO) e membro titular do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba, professor Antonio Pasqualetto.

 

“Estes fatores locais, analisados em escala mais ampla, potencializam alterações no ciclo hidrológico, remetendo a redução dos dias chuvosos e concentração das chuvas, tornando-as mais intensas, isto significa que quando ocorrem chuvas, já que são menos frequentes, estarão concentradas com maior volume em curto espaço de tempo”, alerta o especialista na questão.

As consequências já podem ser sentidas. Chuvas torrenciais rapidamente provocam alagamentos, inundações, enchentes e somem nos canais canalizados da área urbana, não infiltrando no solo e, consequentemente não realizando recarda do espaço poroso do solo e do lençol freático. “Sem a retenção das gotas da chuva, os processos de evaporação e transpiração estarão prejudicados interferindo no ciclo hidrológico. As nascentes já não mais emergem e os córregos secam”, explica Pasqualetto.

 

Iniciativas

A garantia de abastecimento, qualidade de vida e até mesmo sobrevivência humana perpassa, neste sentido, pela preservação dos mananciais hídricos. Para que essa manutenção ocorra de forma efetiva, é fundamental a convergência de ações do poder público, iniciativa privada e população como um todo, com a revisão de hábitos em relação à preservação do meio ambiente.

 

Um exemplo de iniciativa na capital é do Órion Complex, que conta com um sistema de reutilização de água. O empreendimento tem capacidade para captar e armazenar cerca de 35.700 litros de água da chuva ou do líquido que goteja nos drenos dos aparelhos da central de ar-condicionado que atende a 670 salas. Todo o líquido é utilizado na limpeza e irrigação das áreas verdes, promovendo economia e sustentabilidade. “Estamos reutilizando uma água que, normalmente, ficaria em desuso. E, após o seu reúso, ela retorna para o lençol freático”, explica o engenheiro Leopoldo Gouthier Thiago Oliveira.

 

O sistema faz uso de lajes impermeabilizadas no telhado para captar e direcionar a chuva para os gigantescos tanques. Na época de chuva, explica o engenheiro, os tanques atingem a capacidade máxima de recolhimento. Na seca, as gotas do ar condicionado são as protagonistas. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cada família gasta, em média, 116 litros de água por dia. A água economizada do reservatório do Órion, portanto, economiza água potável para 308 famílias.

 

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Úrsula Silva, irmã de MC Kevin, morre aos 36 anos por complicações de trombose

Úrsula Muga Silva, irmã do cantor MC Kevin, morreu aos 36 anos. A notícia foi confirmada nesta terça-feira, 17, por Valquiria Nascimento, mãe do artista, por meio de uma publicação no Instagram.

Embora não fosse mãe biológica de Úrsula, Valquiria explicou que ajudou a criá-la entre os 12 e os 19 anos, após o falecimento da mãe da jovem. Úrsula, filha do pai de MC Kevin, mantinha uma relação próxima com a família.

Segundo Valquiria, Úrsula sofria de trombose, mas não seguia o tratamento adequado para a doença. “Não se cuidou, acabou passando mal e indo embora”, lamentou. Úrsula era casada e deixou um filho pequeno.

Relembre a morte de MC Kevin
MC Kevin, cujo nome era Kevin Nascimento Bueno, morreu aos 23 anos após cair do 5º andar de um hotel na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O cantor chegou a ser socorrido com vida e levado ao Hospital Municipal Miguel Couto, mas não resistiu.

O funkeiro, que acumulava quase 14 milhões de seguidores no Instagram e cerca de 1,8 milhão de ouvintes mensais no Spotify, deixou um legado marcante no cenário musical.

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