90 migrantes desapareceram na manhã desta sexta-feira em naufrágio na costa da Líbia

A Organização Internacional para as Migrações (OIM), organismo ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), informou que na manhã desta  sexta-feira (2), cerca de 90 migrantes desapareceram em um naufrágio na costa da Líbia.

Foi dito ainda pela porta-voz da organização, Olivia Headon, que dez corpos foram achados na costa, perto da cidade líbia de Zuwara, logo após a tragédia. Entre os encontrados acredita-se que oito dos mortos eram paquistaneses e dois líbios. Além disso, existe relatos de que três passageiros conseguiram se salvar, sendo um paquistanês e dois líbios.

Migrantes e refugiados

Nesta quinta-feira (1), a OIM  tinha feito a contagem de 6.997 migrantes e refugiados que entraram na Europa pelo mar e 245 por terra. Esses números são comparados aos 5.983 que desembarcaram no ano passado. Já a Itália recebeu aproximadamente 64% do total de migrantes, o restante ficou dividido entre países como Espanha com 19% e a Grécia com 16%.

Somente em 2018 de primeiro de janeiro à dois de fevereiro, o número de mortos no Mediterrâneo chegou a 343 e nesse mesmo período no ano passado foram registradas 254 mortes. Em 2016, no mesmo período foram 379. E de acordo com o Projeto Migrantes Desaparecidos, da própria OIM, tem registrado desde 2014, mais de 3 mil mortes no Mediterrâneo a cada ano.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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