Justiça determina que universidade matricule aluno apesar de dependência

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), por meio do juiz Gabriel Consigliero Lessa, determinou que a Universidade Paulista (Unip) terá de matricular um estudante de Biomedicina em todas as disciplinas da grade curricular do período 7º período junto com uma matéria do 6º período que cursa mediante dependência. Em caso de descumprimento da medida, a Unip terá de pagar multa no valor de R$ 3 mil.

De acordo com o processo, o aluno foi aprovado em todas as matérias anteriores, exceto em Biol Molec Aplicada a Biomedicina. A modalidade tem como requisito a aplicação de novas avaliações e o discente obtém aprovação apenas se complementar a nota mínima exigida.

Segundo o estudante, conforme a petição inicial, por esta razão, a Universidade não autorizou sua matrícula em três matérias no período atual, mesmo naquelas que não são pré-requisito para as disciplinas do período seguinte. A negativa da instituição de ensino, segundo o estudante, atrasaria, em no mínimo um semestre a conclusão do curso, uma vez que somente poderia cursar as dependências quando concluísse o último período.

A Unip, no entanto, alegou que a solicitação do aluno representaria quebra do plano pedagógico, com “grave comprometimento da qualidade do ensino, cujas consequências se farão sentir no desempenho profissional”. Sustentou que uma das matérias solicitadas simula a futura atividade profissional, o que exige conhecimento teórico prévio, não sendo possível Roberto cursá-la em conjunto com a disciplina em que foi reprovado.

Ao analisar o caso, o magistrado considerou a Constituição Federal, que no artigo 207, garante às universidades autonomia didático-científica para estabelecer normas e regulamentos. Porém, ponderou que essa autonomia não é absoluta, assim como qualquer outro princípio constitucional e que pode sofrer limitações do próprio texto constitucional. “Diante disso, a instituição não se mostra razoável em postergar a conclusão do curso do autor em um semestre ou lhe impor sobrecarga, quase que desumana, de 13 matérias no último período – se é que haverá compatibilidade de horário –, quando é perfeitamente viável cursar as disciplinas faltantes no semestre atual”, frisou.

O juiz explicou que para garantir a qualidade do ensino não se pode afirmar, empiricamente, que somente os dois últimos períodos são importantes para assegurar o argumento apresentado pela Universidade. “Com efeito, por que os demais períodos, os quais representam a maior parte do curso não seriam também importantes para a qualidade do ensino?”, questionou, na decisão, o magistrado.

“Neste aspecto, a diferenciação entre penúltimo e último período transparece mais preocupação com o aspecto financeiro do que com a qualidade da formação acadêmica dos alunos”, disse o juiz, justificando que a inexistência de correlação lógica e a diferença estabelecida resulta na violação do princípio da isonomia, situação capaz de causar prejuízos ao aluno.

Fonte: Assessoria de Comunicação TJ/GO

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Comediante tem shows cancelados após piada sobre enchentes no Rio Grande do Sul

O comediante Abner Dantas teve seus shows em Canoas e Novo Hamburgo, marcados para os dias 27 e 28 de novembro, cancelados após publicar um vídeo polêmico nas redes sociais. Na publicação, Dantas fez uma piada de mau gosto sobre as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul no primeiro semestre deste ano, causando a morte de mais de 170 pessoas.

No vídeo, o humorista utilizou filtros de rede social e simulou uma pessoa se afogando, enquanto convidava o público para suas apresentações. Ele ainda escreveu na legenda: “Assim como vocês tiveram que construir novas casas, eu estou construindo o meu show solo e vou testá-lo dia 27 em Canoas e 28 em Novo Hamburgo”.

A postagem foi duramente criticada por internautas, que classificaram o conteúdo como insensível e desrespeitoso. Comentários como “Quando não se tem talento, usa-se a apelação” e “Respeite quem passou por essa tragédia” foram comuns.

Diante da repercussão negativa, Dantas publicou um vídeo de desculpas, mas manteve um tom irônico ao aparecer vestido de mergulhador e salva-vidas. Ele afirmou que gostaria de se desculpar pessoalmente com o público gaúcho, mas a tentativa não foi bem recebida.

O Buteco Comedy Bar, onde os shows aconteceriam, anunciou o cancelamento das apresentações. Em nota, o estabelecimento repudiou a abordagem de Dantas e destacou o impacto das enchentes na região, que afetaram diretamente funcionários e familiares dos proprietários.

Felipe Vacilotto, sócio do Buteco Comedy, declarou que a decisão foi imediata: “Assim que vimos a postagem, decidimos na hora cancelar. Mandamos uma mensagem para a produção.” As apresentações foram oficialmente suspensas e a venda de ingressos retirada do ar.

 

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