Justiça prorroga por cinco dias prisão provisória de ex-governadores do DF

O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), prorrogou hoje (26) por cinco dias a prisão temporária dos detidos na Operação Panatenaico, ocorrida na última terça-feira (23), entre eles o ex-governadores do Distrito Federal Agnelo Queiroz e José Roberto Arruda, além do ex-vice-governador do DF, Tadeu Filipelli, que até ser preso era assessor do presidente Michel Temer. Na decisão, o juiz nega os pedidos de liberdade provisória apresentados por nove dos custodiados e acata requerimento do Ministério Público Federal para prorrogação de todas as prisões efetuadas.

Na decisão desta sexta-feira, o magistrado argumentou que a soltura dos dez presos poderia prejudicar a colheita de provas, inclusive em relação “a terceiros, que poderão ser alvo de novos pedidos”. “A prisão temporária dos requeridos se afigura imprescindível para o êxito das diligências policiais nesta fase em que devem concentrar-se os diversos atos visando à busca de provas, para que não atrapalhem por si ou por terceiros as investigações e para se garantir aprofundamento e sucesso da investigação, em razão do relevante grau de influência política e econômica dos investigados”, escreveu o juiz.

Arruda, Agnelo, Filippeli e mais sete pessoas são investigadas por supostas irregularidades na contratação de obras públicas como a reforma do Estádio Mané Garrincha, um dos palcos da Copa do Mundo de 2014, e a implantação do Sistema BRT Sul (obra de mobilidade urbana custeada com recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC). Após a operação, que investiga um prejuízo de R$ 1,3 bilhão nas obras do estádio, o juiz bloqueou mais de R$ 150 milhões dos suspeitos.

Na decisão, Vallisney disse que, devido à “complexidade fática” dos delitos, e à necessidade de outras ações policiais, ainda restam “inúmeras diligências investigativas”. Ao defender que a prisão seja mantida, o Ministério Público Federal se manifesta dizendo que a prorrogação da situação dos presos deve garantir a “tutela da investigação referente aos gravíssimos crimes cometidos com atuação decisiva e relevante dos custodiados”.

Dois detidos – Jorge Luiz Salomão e Nilson Marotelli – pediram medidas cautelares devido a problemas de saúde, mas o magistrado considerou que o tratamento pode ser garantido mesmo na situação de prisão. “Os problemas de saúde suscitados pelos investigados, ainda que sejam fatores relevantes, por si sós não são capazes de afastar a necessidade de suas custódias, temporárias que são, uma vez que poderão ser resolvidos no âmbito do próprio ambiente prisional em que se encontram, por meio de visitas médicas ou até, se for o caso, de encaminhamento a determinados centros de saúde ou hospital”, observou ainda o juiz.

Fonte: Agência Brasil

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Irmãos Menendez: Nova audiência pode levar à libertação após décadas de controvérsia

Após mais de três décadas desde que Lyle e Erik Menendez foram condenados pelos assassinatos de seus pais e sentenciados à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional, os irmãos agora veem um caminho para sua possível libertação. Uma nova audiência foi agendada em Los Angeles para discutir revisões nas sentenças dos irmãos, com foco em novas alegações de abuso familiar.
O promotor público de Los Angeles, George Gascón, anunciou recentemente que recomendará a um juiz a reavaliação das sentenças dos irmãos. Essa decisão segue uma revisão do caso iniciada após os advogados de defesa apresentarem novas evidências em 2023, incluindo alegações de abuso sexual por parte de seu pai, Jose Menendez.
 
“Eu nunca desculparei assassinato, e esses foram assassinatos brutais e premeditados,” disse Gascón à CNN. “Eles foram apropriadamente sentenciados na época em que foram julgados. Pegaram prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. Só acho que, dado o estado atual da lei e dada nossa avaliação de seu comportamento na prisão, eles merecem a oportunidade de serem reavaliados e talvez reintegrados à comunidade.”
 
Lyle e Erik Menendez, que tinham 21 e 18 anos na época dos assassinatos, foram presos menos de um ano depois, em 1990, e condenados por homicídio de primeiro grau em 1996. Durante os julgamentos, os irmãos admitiram ter matado seus pais, mas argumentaram que agiram em legítima defesa após sofrerem uma vida inteira de abuso físico e sexual.
 
O primeiro julgamento, um dos primeiros casos a ser televisionado, terminou anulado após os jurados chegarem a um impasse nas acusações. No segundo julgamento, muitas das evidências da defesa sobre abuso sexual foram excluídas, e os irmãos foram considerados culpados.
 
Vários fatores influenciaram a decisão de Gascón, incluindo declarações de membros da família que confirmaram o ambiente disfuncional e abusivo do lar dos Menendez. Uma declaração juramentada do ex-membro da boy band Menudo, Roy Rosselló, alegou que Jose Menendez o agrediu sexualmente na década de 1980. Além disso, uma carta escrita por Erik Menendez a um primo meses antes dos assassinatos faz alusão ao abuso que ele sofreu.
 
A audiência sobre o assunto pode ser realizada em 30 a 45 dias, quando um juiz do Tribunal Superior de Los Angeles decidirá se os irmãos serão novamente sentenciados. Embora Gascón acredite que os irmãos já cumpriram tempo suficiente atrás das grades, a possibilidade de libertação ainda é incerta.

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