STF permite realização do Censo em 2022

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de 6 votos para permitir que o Censo seja feito apenas em 2022. Votaram favoráveis a esse sentido Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

Até o momento, apenas Marco Aurélio Mello e Edson Fachin votaram pela realização da pesquisa neste ano. O julgamento é feito no plenário virtual, em que cada ministro apresenta um voto por escrito. Mais cedo, foi formada maioria para obrigar o governo a realizar o Censo, porém sem definição sobre o ano.

A ação foi apresentada pelo governador do Maranhão, Flávio Dino, do PC do B.

Na semana anterior, o relator, Marco Aurélio Mello, concedeu liminar para obrigar o governo a fazer o Censo neste ano. Ele deveria ter sido realizado no ano anterior, mas foi cancelado devido a pandemia. Devido aos cortes de verbas do Orçamento deste ano, foi inviabilizada a realização. 

Na liminar, Marco Aurélio afirmou que um novo adiamento comprometeria os repasses federais para os estados, devido a estes serem baseados em dados demográficos defasados.

Na quarta-feira, 12, Gilmar Mendes abriu a divergência: declarou que o próprio IBGE considerava inviável fazer a pesquisa pela dificuldade em recrutar pessoal para visitar as casas. Ainda destacou o risco sanitário devido a pandemia e falta de recursos do Orçamento.

“A concessão de prazo razoável se alinha com a necessidade de preservar o espaço de deliberação próprio das instâncias políticas, assegurando outra oportunidade para que o Poder Executivo, em articulação direta com o Congresso Nacional, assegure créditos orçamentários suficientes para a realização do Censo Demográfico do IBGE”, declarou o ministro.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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