Emissoras de rádio em Goiás migram de AM para FM

O governador Marconi Perillo abriu as portas do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia, para celebrar a migração para FM (Frequência Modulada) de 14 rádios AM (Modulação em Amplitude) de Goiás, ato que, na opinião geral, expressada na solenidade, representa a valorização das emissoras goianas e dos profissionais que nelas atuam. Na ocasião o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, assinou portaria que autoriza a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a desligar o sinal analógico de televisão em Goiânia e outros 28 municípios. Prestigiaram da solenidade representantes de 87 emissoras de rádios do Estado.

Em reconhecimento pelos serviços prestados ao Estado, o ministro Kassab foi homenageado por Marconi Perillo com a Ordem do Mérito Anhanguera. “Eu quero, do fundo do meu coração, agradecer a homenagem que recebi. Eu quero continuar honrando nossos laços de amizade, nossa parceria política e nossa estima pelo Estado de Goiás”, frisou o homenageado.

Migração para FM
“Sintetizo essa cerimônia em uma palavra: modernização. Modernizar para melhor informar. Esse é o sentido da migração”, resumiu Marconi ao explicar que “das 1.781 rádios AM brasileiras, 1,5 mil solicitaram a migração para FM”. Nessa primeira etapa “900 emissoras poderão fazer a transição. As outras deverão aguardar a conclusão da digitalização das televisões”. Em Goiás, 51 rádios apresentaram interesse em fazer a mudança de faixa. O setor de radiodifusão gera “mais de 750 mil empregos diretos e indiretos” em Goiás.

O quarto mutirão de assinaturas para migração, realizado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, envolve 14 emissoras goianas e duas do Tocantins. “O senhor, governador Marconi, teve uma participação muito importante para esse momento que vivemos hoje em Goiás com sua habilidade política e com a sua liderança em prol da radiodifusão, da melhoria da qualidade da imagem, da televisão e do sinal de internet”, ressaltou Gilberto Kassab.

A mudança é uma reivindicação das emissoras AM de todo o País que sofrem com a perda de qualidade do sinal, de audiência e faturamento. Ao migrar a operação para a faixa FM as rádios também podem ser sintonizadas em dispositivos móveis como tablets e smartphones.

Sinal digital
Conhecido tecnicamente como switch off, o desligamento do sinal analógico em Goiânia e mais 28 municípios libera a faixa de frequência de 700 MHz para a expansão da internet 4G e a melhoria da qualidade dos serviços de transmissão. “Estamos aqui para comemorar também o desligamento do sinal analógico de televisão que termina no dia 21 de junho. O sinal digital da televisão permite a expansão da internet 4G e a melhora da qualidade do rádio”, completou Marconi.

Segundo pesquisa do Ibope, 89% dos domicílios estão preparados para receber o sinal digital em Goiânia e nas 28 cidades selecionadas para o desligamento do sinal analógico. A projeção é de que esse índice atinja 90% nos próximos dias. O prazo para que as televisões migrem para o sinal digital em Goiás termina em 21 de junho. Beneficiários do Bolsa Família e do Cadastro Único do governo federal receberam 339 mil kits de conversor e antena para recepção do sinal digital.

Cidades goianas com sinal digital

Goiânia, Abadia de Goiás, Abadiânia, Aparecida de Goiânia, Alexânia, Anápolis, Aragoiânia, Bela Vista de Goiás, Bonfinópolis, Brazabrantes, Caldazinha, Campo Limpo de Goiás, Caturaí, Goianápolis, Goianira, Guapó, Hidrolândia, Inhumas, Itauçu, Leopoldo de Bulhões, Nerópolis, Nova Veneza, Ouro Verde de Goiás, Pirenópolis, Santa Bárbara de Goiás, Santo Antônio de Goiás, Senador Canedo, Terezópolis de Goiás e Trindade.

Rádios de Goiás e do Tocantins que vão migrar para FM:

– Rádio Eldorado de Mineiros Ltda – Mineiros (GO)

– Rádio Goiatuba Ltda – Goiatuba (GO)

– Fundação Padre Pelágio – Ipameri (GO)

– Rádio Tropical Ltda – Porangatu (GO)

– Rádio Imprensa de Anápolis – Anápolis (GO)

– Fundação Nossa Senhora Aparecida – Anápolis (GO)

– Fundação Dom Juvenal Roriz – Caiapônia (GO)

– Fundação Frei João Batista Vogel – Catalão (GO)

– Rádio Sociedade de Ceres Ltda – Ceres (GO)

– Empresa Formosense de Radiodifusão Ltda – Formosa (GO)

– Rádio Princesa do Sul Ltda – Goiatuba (GO)

– Rádio Jornal de Inhumas Ltda – Inhumas (GO)

– Rádio Alvorada de Rialma Ltda – Rialma (GO)

– Rádio Manchester de Anápolis – Anápolis (GO)

– Sociedade de Radiodifusão Guaraí Ltda – Guaraí (TO)

– Fundação João Paulo II – Palmas (TO)

*Informações do Gabinete de Imprensa do Governador

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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