CEI das contas da Prefeitura faz acareação entre ex e atual secretário de planejamento

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga as contas da prefeitura de Goiânia no período 2008-2016 promoveu nesta quarta-feira, 31, sessão de acareação entre o ex e o atual secretário de Planejamento, Sebastião Ferreira LeiteJuruna e Agenor Mariano, respectivamente.

Presidida por Zander Fábio (PEN), a comissão é formada por Jorge Kajuru (PRP), relator; Priscilla Tejota ( PSD), Tiãozinho Porto (Pros), Oséias Varão (PSB), Jair Diamantino (PSDC) e Kleybe Morais (PSDC).

Inicialmente, Kajuru apresentou vídeos de oitivas já realizadas, com declarações contraditórias feitas por Sebastião Juruna e Agenor Mariano à respeito de um contrato com empresa do marqueteiro Ademir Lima, no valor de R$ 762 mil. Em depoimento anterior, Mariano afirmou que foi procurado por Juruna que solicitou o pagamento deste contrato e que não o fez porque o mesmo não foi “legal” por não cumprir o rito de licitação. Por sua vez, também em oitiva anterior, Juruna negou que tivesse ocorrido o fato.

Na acareação de hoje, Juruna mudou a versão e confirmou que houve o encontro e que ele estava acompanhado de Ademir Lima. Questionado por não ter citado a presença do marqueteiro no encontro, Mariano disse que só respondeu o que lhe foi perguntado. Um novo vídeo foi apresentado onde Agenor Mariano disse que “não poderia pagar o contrato porque ele apresenta pendências insanáveis”, acrescentando que “estamos aterrorizados com as provas substanciais da irresponsabilidade” da gestão de Juruna. Em outro vídeo, Juruna disse que iria “ processar Agenor Mariano por calúnia e difamação”.Tanto Agenor quanto Juruna amenizaram as suas respectivas críticas feitas um ao outro anteriormente

Marcada por momentos tensos, por várias vezes, Zander Fábio teve de interferir na acareação e pedir o desligamento do microfone usado por Agenor Mariano ao ser questionado pelo relator da CEI.

Oséias Varão perguntou a Juruna quais os motivos que o levaram a contratar uma empresa sem os devidos procedimentos formais. “Eu conheço de contratos em administração pública. Por quinze anos trabalhei nesta área e por isso sei quando existe ilegalidade”, afirmou Oséias. Logo depois, o ex-secretário criticou o atual corpo jurídico da Prefeitura de Goiânia. “São pessoas que confundem convênio com doação”, destacou.

Alegando problemas de saúde ao presidente Zander Fábio, Agenor Mariano deixou o Auditório Carlos Eurico, onde estava sendo realizada a acareação. Já Sebastião Juruna saiu da sala sem dar nenhuma explicação aos membros da CEI.

Manifestações

Jorge Kajuru disse que “ hoje vivemos um dia lamentável nesta Casa. Os dois depoentes combinaram previamente suas falas e nos trataram como idiotas. Fomos ludibriados”. Priscilla Tejota fez coro à críticas feitas à comissão, afirmando que “aqui não tem Pilates” e que esta CEI irá cumprir sua missão.

Requerimentos

Ao final da sessão, Priscilla Tejota apresentou requerimento aprovado pela maioria solicitando à OAB-GO e cartórios a relação de todos os processos em que Sebastião Juruna tenha atuado como patrono no período de 2010 e 2017. Kajuru requereu nova convocação de Juruna para depor na CEI. A votação ficou empatada com três votos favoráveis (Priscilla, Kleybe e o próprio autor) e três votos contrários (Oséias Varão, Tiãozinho Porto e Jair Diamantino), a definição ficou para a próxima reunião da Comissão.

Fonte: Câmara Municipal de Goiânia

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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