Lula diz que já provou inocência e pede fim da ‘palhaçada’

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (1º), ao discursar na abertura do 6º Congresso Nacional do PT, em Brasília, que já provou a inocência e pediu o fim da “palhaçada” das acusações contra ele.

Lula é réu no âmbito das operações Lava Jato e Zelotes. O Ministério Público Federal o acusa, por exemplo, de ter sido beneficiado com o esquema de corrupção que atuou na Petrobras, o que o ex-pesidente sempre negou.

“Eu não quero que vocês se preocupem com meu problema pessoal. Esse, eu quero decidir com o representante do Ministério Público, da Lava Jato. Quero decidir com eles. Eu já provei minha inocência, agora vou exigir que eles provem minha culpa, porque cada mentira contada será desmontada”, disse o ex-presidente.

“Eu e Dilma temos até conta no exterior. Eu nem sabia que ela tinha e ela não sabe que eu tenho. Um canalha diz que fez uma conta para mim e uma para a Dilma, mas que está no nome dele. E ele mexe com a grana. Então, é o seguinte: chegou o momento de parar com a palhaçada nesse país. Esse país não comporta mais viver nessa situação de achincalhamento e o Partido dos Trabalhadores tem de dar uma resposta clara para a sociedade”, acrescentou Lula.

No congresso do PT, que irá até sábado (3), o partido elegerá o novo presidente nacional da sigla. Até a noite desta quinta, havia três candidatos: os senadores Gleisi Hoffmann (PR) e Lindbergh Farias (RJ), além de um nome ligado ao movimento negro, José de Oliveira.

Além disso, será debatido no congresso do PT um documento em que o partido critica a Operação Lava Jato, que ajudou a instalar uma “justiça de exceção” com o “objetivo de destruir o PT” e o ex-presidente Lula.

Entre os presentes ao ato estavam a ex-presidente Dilma Rousseff, os governadores Wellington Dias (PI) e Fernando Pimentel (MG), os ex-ministros Jaques Wagner e Edinho Silva, deputados e senadores.

A ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu em fevereiro deste ano, foi homenageada no evento.
Durante o evento, a plateia entoou gritos de “Fora, Temer!” e “Diretas Já!”.

2018

Em um determinado momento do discurso, Lula disse que 2018 está “logo aí”. “Se a esquerda for para a disputa com discurso preparado, a gente vai voltar a governar esse país”, afirmou.

Em seguida, fez um apelo aos integrantes do congresso do PT para que deixem as disputas internas de lado e pensem na elaboração de um programa “factível” e que possa ser executado.

Lula ponderou, ainda, que, nas autocríticas, os delegados não devem focar somente no que o partido deixou de fazer, mas no que foi feito. “O que a gente tem que avaliar não é o que deixou de fazer, porque a gente deixou de fazer muita coisa, mas nunca ninguém fez tanto como nós”, afirmou.

Por fim, Lula ainda fez críticas ao presidente Michel Temer, afirmando não ser possível imaginar que o Brasil conseguirá resolver os problemas com um presidente “ilegítimo”, que tudo o que faz é “cortar investimento”.

Fonte: G1

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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