URGENTE: Gabinete paralelo de Bolsonaro é contra vacinas

O vídeo de uma reunião no Palácio do Planalto em setembro de 2020 reforça a suspeita da CPI da Covid sobre a existência de um “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia.

A existência de um “gabinete paralelo” é um dos principais eixos de investigação da comissão parlamentar de inquérito, que quer saber se os conselhos dados a Bolsonaro contrariaram a ciência e prejudicaram o combate à pandemia no país.

O site “Metrópoles” publicou reportagem com o vídeo nesta sexta-feira (4). A reunião foi transmitida ao vivo no Facebook do presidente na época. Além de Bolsonaro, aparecem entre os participantes o deputado Osmar Terra (MDB-RS), a médica Nise Yamaguchi, o virologista Paolo Zanotto e outros profissionais de saúde.

Na reunião, os profissionais apresentam a Bolsonaro opiniões contrárias às vacinas e favoráveis à hidroxicloroquina, remédio que comprovadamente não tem eficácia contra a Covid, mas é defendido pelo presidente e seus aliados. Em determinado momento, Zanotto propõe a criação de um “shadow cabinet” (gabinete das sombras em tradução literal) para aconselhar o governo sobre a pandemia.

Um pouco antes, o virologista apresentou opiniões ao presidente, duvidando das vacinas contra a Covid. Ele diz que é preciso tomar “extremo cuidado” e que o Brasil “talvez não” deva ter vacinas contra a doença. À época da reunião, no início de setembro, a Pfizer já havia feito propostas de venda de doses de vacina para o Brasil, segundo relatos da empresa. Mas o governo brasileiro deixou as ofertas sem resposta.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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