Capitães de seleções recusam reunião com Bolsonaro e Conmebol

O Conselho da Conmebol realizou neste sábado (05) uma reunião por teleconferência com o presidente Jair Bolsonaro, para discutir a realização da Copa América no Brasil. Os capitães das dez seleções que vão disputar o campeonato foram convidados, mas recusaram participar da reunião. Jogadores e o técnico da Seleção Brasileira, Tite, têm demonstrado insatisfação com a realização do torneio.

Bolsonaro aproveitou a reunião para reforçar seu apoio ao campeonato, dizendo que o governo do Brasil está pronto para colaborar na organização do torneio. Dirigentes das seleções sul-americanas admitiram que o torneio enfrenta problemas. Dirigentes do Brasil, Uruguai e Argentina relataram que enfrentam resistências internas quanto à realização da Copa América.

O presidente da CBF, Rogério Caboclo, que recentemente foi denunciado por uma ex-funcionários por assédio moral e sexual, participou da reunião. Dirigentes da Conmebol viram reforçada sua convicção de disputar a Copa América, ainda que alguns jogadores relutem em garantir que vão participar do torneio.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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