Aras não quer investigar presidente do Ibama por motivos pessoais

No despacho em que foi determinada a abertura da investigação a partir da notícia-crime do delegado Alexandre Saraiva, a ministra Cármen Lúcia apontou para a omissão da Procuradoria Geral da República em relação às acusações contra Eduardo Bim, presidente do Ibama afastado.

“É de se anotar que, conquanto conste expressamente da notitia criminis fatos imputados a Eduardo Bin, quanto a ele nenhum requerimento foi apresentado pelo Ministério Público, tendo o parecer se omitido nesse ponto”, disse a ministra no despacho. Ela ainda cobrou uma manifestação urgente do PGR sobre sua “condição processual”.

Lembrando que o vice-PGR, Humberto Jacques de Medeiros, braço-direito de Aras, só pediu medidas contra Salles, poupando Bim, que também é investigado pela Operação Akuanduba e até foi afastado do cargo por determinação de Alexandre de Moraes.

De acordo com informações do O Antagonista, Eduardo Bim tem como assessor o engenheiro civil Durval Olivieri, que é um dos fundadores da OAS e ex-marido da subprocuradora Maria das Mercês de Castro Gordilho Aras, esposa do PGR. O relacionamento de Durval e Maria das Mercês gerou três filhas.

Ao Antagonista, Durval disse que sua função é de “pesquisa sobre assuntos que o presidente determina” e que “em alguns momentos” assessora a Presidência da República sobre temas do setor e os próprios diretores do Ibama.

Ele também garantiu que foi consultado ou deu qualquer parecer sobre a mudança da Instrução Normativa 15/2011, pivô da Akuanduba, ou sobre a tentativa de liberação das madeiras apreendidas na Operação  Handroanthus, denúncias feitas por Saraiva. Durval ainda declarou que foi selecionado pelo currículo.

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Trudeau anuncia renúncia ao cargo de premiê após eleição de novo líder

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, declarou nesta segunda-feira, 6, que pretende renunciar à liderança do Partido Liberal após nove anos no comando. Ele permanecerá no cargo até que um novo líder seja escolhido pelo partido.

Trudeau enfrenta forte pressão interna devido a pesquisas que indicam uma ampla derrota dos liberais na próxima eleição. Durante coletiva de imprensa, ele informou que o Parlamento será suspenso até março, o que adiará qualquer votação de desconfiança contra o governo.

“Planejo renunciar como líder do partido e como primeiro-ministro após a escolha do novo líder por meio de um processo competitivo e nacional”, afirmou Trudeau. Ele destacou que o país precisa de uma “verdadeira opção” nas urnas e admitiu que as batalhas internas comprometeriam sua eficácia eleitoral.

À frente do governo desde novembro de 2015, Trudeau foi reeleito duas vezes, mas sua popularidade tem caído nos últimos dois anos devido à insatisfação com os altos preços e a crise habitacional. Pesquisas apontam uma derrota dos liberais para os conservadores liderados por Pierre Poilievre, especialmente em uma eleição prevista até o final de outubro.

A pressão para que Trudeau renunciasse aumentou significativamente após sua tentativa de rebaixar Chrystia Freeland, ministra das Finanças e aliada próxima, que se opôs aos seus planos de aumento de gastos. Freeland pediu demissão, acusando o premiê de priorizar “artifícios políticos” em detrimento do interesse do país.

Trudeau permanecerá como primeiro-ministro pelo menos até 20 de janeiro, quando o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tomará posse. Trump já sinalizou a possibilidade de impor tarifas que podem impactar a economia canadense.

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