Rosa Weber autoriza governador de Amazonas a não depor na CPI

A ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu ao governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), um habeas corpus e o autorizou a não depor à CPI da Covid. Caso o governador resolva comparecer à comissão, ele tem o direito de se manter calado, segundo a decisão da magistrada.

O depoimento de Wilson Lima estava marcado para essa quinta-feira (10).

A ministra não tomou nenhuma decisão na ação apresentada por 19 governadores que pedem a STF proibir a CPI de convocá-los a depor. O entendimento usado no caso de Lima deve servir de precedente para outro gestores estaduais.

No último dia 26, a comissão convocou o governo e outros oito para explicarem o uso de recursos federais nos Estados durante o combate à pandemia.

Rosa também afirmou que Wilson Lima tem o direito de não submeter ao compromisso de dizer a verdade e que ele não pode “sofrer constrangimentos físicos ou morais” na CPI.

Mas a decisão da ministra não impede que os governadores compareçam à CPI na condição de convidados, e não de convocados. O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), deixou isso claro após a ação enviada ao STF.

“Mantemos a disposição de comparecer, como convidado, e pronto para colaborar, mas cumprindo a Constituição”, disse Wellington Dias.

A expectativa, durante o depoimento, entre os senadores era de que Wilson Lima fosse questionado sobre temas como suspeita de desvios de verbas que deveriam ser utilizados no combate à pandemia; colapso no sistema de saúde do estado; crise no abastecimento de oxigênio em hospital; e a oferta de cloroquina para pacientes com Covid-19.

O governador amazonense chegou a ser denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) por suspeitas de desvios de recursos no estado, mas negou as acusações. Wilson também foi alvo de mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal em sua casa durante uma operação da PF que cumpriu 25 mandados judiciais que miraram o então secretário de Saúde do Estado, Marcellus Câmpelo, que teve a prisão temporária decretada.

A procuradoria suspeita que houve um prejuízo de R$ 2 milhões a cofres públicos. O governo é suspeito de irregularidades em construção de hospitais de campanha.

 

 

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos