Lázaro é executado a tiros depois de 20 dias de operação no Entorno do DF

Depois de 20 dias de fuga, o fugitivo Lázaro Barbosa de Sousa, de 32 anos, foi executado a tiros pela Polícia Militar, com quem teria trocado tiros durante a abordagem, na manhã desta segunda-feira, em Águas Lindas de Goiás. O anúncio do que seria a prisão chegou a ser feito pelo governador Ronaldo Caiado em sua conta no Twitter, mas imediatamente depois nas redes sociais de policiais começaram a ser publicadas fotos e vídeos de Lázaro sendo jogado morto dentro de uma ambulância e levado para o hospital.

A operação de caça começou logo após Lázaro matar uma família em Ceilândia (DF). No dia 9 de junho ele invadiu um sítio em Incra 9, na cidade de Ceilândia, onde assassinou o empresário Cláudio Vidal, de 48 anos, e seus dois filhos Gustavo Marques Vidal, de 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, de 15. Em sua fuga, sequestrou a esposa de Cláudio e mãe dos rapazes, Cleonice Marques, de 43, encontrada morta a tiros e facadas na margem de um córrego três dias depois.

Foram empregados mais de 270 policiais de Goiás, do Distrito Federal, da Polícia Federal e Rodoviária Federal, helicópteros, cães, cavalos, drones com infravermelho em um cerco ao criminoso na região de Girassol, distrito de Cocalzinho de Goiás, acreditando-se que Lázaro estava no meio do mato, escondido em grotões. A falta de uma coordenação na operação foi um dos maiores erros contatados por especialistas e pelos próprios policiais. A primeira incursão da Rotam no caso foi rompida dias depois com o comandante retirando a tropa da região e voltando a fazer patrulhamento ostensivo.

O secretário Rodney Miranda, da Segurança Pública de Goiás, assumiu a operação das forças de segurança de Goiás pessoalmente, mas a demora em pegar Lázaro pressionaram ainda mais a polícia, que começou a virar alvo de memes na internet e redes sociais. Fake news e desinformação fizeram com que a polícia invadisse terreiros e campos sagrados das religiões de matriz africana na região. Nada foi provado que ele praticava rituais satânicos. Uma carta atribuída a ele foi encontrada em Águas Lindas em que ele nega essa ligação com satanismo. A Polícia Científica disse que a carta não foi escrita por Lázaro, apesar de detalhar a infância, adolescência e parte da vida adulta dele.

Somente três dias antes do final da caçada que descobriu-se que Lázaro tinha a ajuda de chacareiros e que chegou a dormir e se alimentar por cinco dias na casa do fazendeiro Elmir Caetano Evangelista, que ainda está preso. Enquanto policiais ficavam vasculhando o matagal e pegando carrapatos na região de Girassol, Lázaro estava comendo, tomando banho, trocando de roupa e dormindo em casas de fazendeiros da região.
Lázaro fugiu ao cerco policial na fazenda de Caetano, como é conhecido o fazendeiro na região, e visto em Águas Lindas, onde entrou em uma panificadora para comprar salgados.

Desde sábado ele estava na cidade, onde tentava contato com a ex-mulher, mãe de seus dois filhos. Foi na casa da sogra dele que policiais da Rotam o encontraram na manhã de hoje. Ao ser abordado, segundo a polícia, Lázaro teria fugido pelos fundos da casa até um canal, onde teria trocado tiros e sido morto pela PM. Ele foi carregado já morto do local e levado em uma viatura descaracterizada até o QG da operação, de onde foi transferido para uma ambulância.

* Rosana Melo, especial para o Diário do Estado.

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Polícia desmantela esquema nacional de golpes bancários

Polícia Civil de Goiás (PCGO) deflagra a Operação Falsa Central, uma ação coordenada pelo Grupo de Repressão a Estelionatos e Outras Fraudes (Gref), da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic). Foram cumpridos 95 mandados judiciais em todo o país — 58 de busca e apreensão e 37 de prisão —, além do bloqueio de 438 contas bancárias ligadas ao grupo.

A operação, nesta quinta-feira (21/11), que contou com apoio das polícias civis de São Paulo, Pernambuco, Pará, Piauí e Ceará, teve como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada no golpe da falsa central bancária. O esquema causou prejuízos de aproximadamente R$ 200 mil a 27 vítimas identificadas apenas em Goiás.

O delegado William Bretz, chefe do Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (Deic), conta que a Operação terá desdobramentos.

“A partir da análise do número 0800 usado no golpe, os investigadores descobriram outras 449 linhas vinculadas ao grupo, sugerindo um esquema de alcance nacional. Embora a primeira fase da operação tenha focado nas vítimas goianas, há indícios de centenas de outras vítimas em diferentes estados, que serão o alvo das próximas etapas”, disse.

Os envolvidos responderão por crimes como fraude eletrônica, furto mediante fraude, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas combinadas podem chegar a 29 anos de prisão. As investigações continuam sob responsabilidade do Gref/Deic de Goiás.

Alerta à população:

A Polícia Civil orienta que a população desconfie de mensagens ou ligações suspeitas sobre compras não reconhecidas e que jamais realize transações ou forneça dados pessoais sem antes confirmar diretamente com seu banco.

Em casos suspeitos, a recomendação é registrar um boletim de ocorrência imediatamente.

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