Após nove anos, morte do radialista Valério Luiz segue impune

Nove anos após a morte de Valério Luiz, o julgamento dos cinco acusados de envolvimento no crime ainda segue sem data prevista. O júri chegou a ser marcado para junho do ano passado, mas, segundo o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), foi adiado por causa da pandemia. Após as diversas barreiras para o parecer, o filho do radialista relatou a “frustração”.

“Por causa da pandemia, a demora não acontece por culpa do tribunal, mas o fato de demorar tanto tempo nos expõe a isso. O julgamento chegou a ser adiado, por outras razões, desnecessariamente. Por um lado, fica a frustração, pois nós queremos que o júri aconteça o quanto antes”, disse Valério Luiz Filho.

Segundo levantamento do G1, a data para o julgamento dos acusados já enfrentou várias barreiras. Em abril de 2019, o juiz Jesseir Coelho de Alcântara citou que não tinha como marcar a junta devido à falta de estrutura do tribunal.

Em outubro do mesmo ano, o juiz desmembrou o julgamento em três sessões, alegando ainda a falta de estrutura para que os cinco fossem julgados juntos.

Em dezembro, Jesseir Coelho pediu afastamento da presidência da comissão alegando motivos pessoais e que era “suspeito de continuar atuando para a concretização do júri popular, batendo contra todo o sistema processual”

O caso foi transferido para o juiz Lourival Machado da Costa, que, em fevereiro deste ano, marcou o julgamento dos cinco réus na mesma sessão, em junho. Porém, devido à pandemia, o julgamento foi novamente adiado e segue sem data.

A Polícia Civil concluiu, em fevereiro de 2013, que cinco pessoas participaram do crime. O inquérito possui mais de 500 páginas e mais um volume com provas técnicas contra os suspeitos.

O Ministério Público denunciou Maurício Sampaio como mandante do crime. O documento destacava que os comentários feitos por Valério Luiz geraram entre Sampaio e o radialista “acirrada animosidade e ressentimento” por parte do acusado.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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