CPI: Roberto Dias paga fiança de R$ 1.100 e é liberado

Após receber ordem de prisão e passar cinco horas preso, o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias pagou a fiança de R$ 1.100 e foi liberado na noite desta quarta-feira (8). Ele deixou o local acompanhado pela advogada, Maria Jamille José. Informações são do UOL.

A ordem de prisão foi efetuada pelo presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), que acusou Dias de mentir à comissão. O ex-diretor foi o primeiro depoente a ser detido pela Comissão Parlamentar de Inquérito. Aziz já havia alertado o depoente sobre suas declarações à CPI.

“Estou tentando ajudá-lo, estou sendo sincero com você. Agora, chegar aqui e dizer que saiu [do Ministério da Saúde], não sabe por quê; que lhe tiraram poderes no seu departamento não sabe por quê; demitiram duas pessoas que trabalhavam diretamente com o senhor, o senhor não sabe por quê. […] Nós queremos só a verdade!”, disse Aziz.

A decisão da prisão gerou bate-boca entre os senadores e nem todos gostaram, inclusive a oposição, da prisão de Dias determinada por Aziz. Para eles, o ex-diretor seria um ”peixe pequeno” no suposto esquema de corrupção na pasta de Saúde.

A advogada de Dias protestou contra a prisão e disse que o ato é uma ilegalidade e argumentou que ele estava colaborando com a CPI desde de manhã. Dias responderá por perjúrio em liberdade.

Prisão ocorreu após áudios serem divulgados

Roberto Ferreira Dias foi preso após áudios e mensagens serem encontradas no celular do cabo da Polícia Militar de MG e suposto representante da Davati Medical Supply Luiz Paulo Dominguetti que desmentiram a versão dada pelo depoente a CPI da Covid ontem (7). De acordo com Dias, o encontro em que teria ocorrido o pedido de propina na compra de vacinas ocorreu acidentalmente. Mas, áudios encontrados no celular de Dominguetti, entregaram que ele já sabia do encontro, mencionado como ”reunião”, a um interlocutor chamado apenas de ”Rafael”.

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Dino dá prazo até as 20h para Câmara esclarecer pagamento de emendas

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino deu prazo até as 20h desta sexta-feira, 27, para a Câmara dos Deputados responder a quatro questionamentos sobre o pagamento de emendas parlamentares. O prazo foi dado pelo ministro após a Câmara pedir a reconsideração da liminar de Dino que suspendeu o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão.

No entendimento do ministro, a Câmara ainda não cumpriu as decisões de Corte que determinaram regras de transparência e rastreabilidade no repasse das emendas. “Assim, caso a Câmara dos Deputados deseje manter ou viabilizar os empenhos das emendas de comissão relativas ao corrente ano, deverá responder objetivamente aos questionamentos acima indicados até as 20h de hoje (dia 27 de dezembro de 2024), bem como juntar as atas comprobatórias da aprovação das indicações (ou especificações) das referidas emendas, caso existam”, decidiu o ministro.

Na decisão, Flávio Dino fez quatro perguntas que deverão ser respondidas pela Casa:

1 – Quando houve a aprovação das especificações ou indicações das emendas de comissão (RP 8) constantes do Ofício nº. 1.4335.458/2024? Todas as 5.449 especificações ou indicações das “emendas de comissão” constantes do ofício foram aprovadas pelas comissões? Existem especificações ou indicações de emendas de comissão que não foram aprovadas pelas comissões? Se não foram aprovadas pelas comissões, quem as aprovou?

2 – O que consta na tabela de especificações ou indicações de emendas de comissão (RP 8) como nova indicação foi formulada por quem? Foi aprovada por qual instância? Os senhores líderes? O presidente da comissão? A comissão?

3. Qual preceito da Resolução nº. 001/2006, do Congresso Nacional, embasa o referido Ofício nº 1.4335.458/2024? Como o Ofício nº. 1.4335.458/2024 se compatibiliza com os artigos 43 e 44 da referida Resolução?

4. Há outro ato normativo que legitima o citado Ofício nº. 1.4335.458/2024? Se existir, qual, em qual artigo e quando publicado?

Entenda

Em dezembro de 2022, o STF entendeu que as emendas chamadas de RP8 e RP9 eram inconstitucionais. Após a decisão, o Congresso Nacional aprovou uma resolução que mudou as regras de distribuição de recursos por emendas de relator para cumprir a determinação da Corte.

No entanto, o PSOL, partido que entrou com a ação contra as emendas, apontou que a decisão continuava em descumprimento.

Após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, relatora original da questão, Flávio Dino assumiu a condução do caso.

Em agosto deste ano, Dino determinou a suspensão das emendas e decidiu que os repasses devem seguir critérios de rastreabilidade. O ministro também determinou que a Controladoria-Geral da União (CGU) auditasse os repasses dos parlamentares por meio das emendas do orçamento secreto.

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