”Tem medo porque o Luis Miranda está falando a verdade”, diz Omar Aziz sobre Bolsonaro

Em entrevista ao Jornal da CBN, nesta sexta-feira (9), o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz, afirmou que “o Luis Miranda calou o presidente Bolsonaro”. De acordo com o senador, Bolsonaro estaria com medo de responder ao depoimento do deputado à Comissão, onde foram entregues provas sobre possível corrupção na compra da vacina Covaxin.

“Eu estou afirmando que o presidente tem medo de atacar o Luis Miranda. E tem medo porque o Luis Miranda está falando a verdade”, disse.

Omar Aziz afirmou que o presidente tem a obrigação de dar a reposta ao povo brasileiro e esclarecer se o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, tem envolvimento com a corrupção na compra de vacinas. Durante sua live semanal, Bolsonaro usou palavração e disse que ”cagou” para CPI afirmando que não daria respostas. O presidente da comissão afirmou que Ricardo Barros será ouvido em breve.

De acordo com o senador, o dossiê que os irmãos Miranda teriam entregue a Onyx Lorenzoni com informações sobre tratativas no Ministério da Saúde seria entregue a ele hoje pela manhã. Omar Aziz disse que não tem indícios do que encontrará no dossiê. “O que eu tenho é a palavra dele na CPI”, explicou.

Sobre as acusações feitas por Bolsonaro, o senador disse que não é réu em nenhuma ação e não há denúncias contra ele.

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Dino dá prazo até as 20h para Câmara esclarecer pagamento de emendas

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino deu prazo até as 20h desta sexta-feira, 27, para a Câmara dos Deputados responder a quatro questionamentos sobre o pagamento de emendas parlamentares. O prazo foi dado pelo ministro após a Câmara pedir a reconsideração da liminar de Dino que suspendeu o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão.

No entendimento do ministro, a Câmara ainda não cumpriu as decisões de Corte que determinaram regras de transparência e rastreabilidade no repasse das emendas. “Assim, caso a Câmara dos Deputados deseje manter ou viabilizar os empenhos das emendas de comissão relativas ao corrente ano, deverá responder objetivamente aos questionamentos acima indicados até as 20h de hoje (dia 27 de dezembro de 2024), bem como juntar as atas comprobatórias da aprovação das indicações (ou especificações) das referidas emendas, caso existam”, decidiu o ministro.

Na decisão, Flávio Dino fez quatro perguntas que deverão ser respondidas pela Casa:

1 – Quando houve a aprovação das especificações ou indicações das emendas de comissão (RP 8) constantes do Ofício nº. 1.4335.458/2024? Todas as 5.449 especificações ou indicações das “emendas de comissão” constantes do ofício foram aprovadas pelas comissões? Existem especificações ou indicações de emendas de comissão que não foram aprovadas pelas comissões? Se não foram aprovadas pelas comissões, quem as aprovou?

2 – O que consta na tabela de especificações ou indicações de emendas de comissão (RP 8) como nova indicação foi formulada por quem? Foi aprovada por qual instância? Os senhores líderes? O presidente da comissão? A comissão?

3. Qual preceito da Resolução nº. 001/2006, do Congresso Nacional, embasa o referido Ofício nº 1.4335.458/2024? Como o Ofício nº. 1.4335.458/2024 se compatibiliza com os artigos 43 e 44 da referida Resolução?

4. Há outro ato normativo que legitima o citado Ofício nº. 1.4335.458/2024? Se existir, qual, em qual artigo e quando publicado?

Entenda

Em dezembro de 2022, o STF entendeu que as emendas chamadas de RP8 e RP9 eram inconstitucionais. Após a decisão, o Congresso Nacional aprovou uma resolução que mudou as regras de distribuição de recursos por emendas de relator para cumprir a determinação da Corte.

No entanto, o PSOL, partido que entrou com a ação contra as emendas, apontou que a decisão continuava em descumprimento.

Após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, relatora original da questão, Flávio Dino assumiu a condução do caso.

Em agosto deste ano, Dino determinou a suspensão das emendas e decidiu que os repasses devem seguir critérios de rastreabilidade. O ministro também determinou que a Controladoria-Geral da União (CGU) auditasse os repasses dos parlamentares por meio das emendas do orçamento secreto.

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