Bolsonaro pode acabar virando “um personagem ridículo” diz Merval Pereira

Em sua coluna ao jornal O Globo, o jornalista Merval Pereira, avaliou que o presidente Jair Bolsonaro ”está muito preocupado com a queda de popularidade, especialmente por causa das revelações de corrupção, incompetência e várias outras irregularidades no ministério da Saúde expostas na CPI”.

“E ele está certo de que no final será acusado formalmente de prevaricação e culpado pela morte de milhares de brasileiros. Por isso, sobe o tom para tentar criar uma crise institucional mas, até agora, não está conseguindo seu objetivo” completa.

“A questão de o senador Omar Aziz ter se referido à banda podre das Forças Armadas, pela relação que pode ser feita com os milicianos, é um preciosismo, pois em toda profissão existe uma banda podre. Os militares estão muito suscetíveis porque militarizaram o ministério que está tendo problemas com corrupção”, ressalta Merval no texto.

“Foi um erro deles participarem do governo neste nível. Bolsonaro sabe que perderia se a eleição fosse hoje. E a possibilidade de uma vitória de Lula incomoda muito os militares, incentivados pelo presidente. É uma crise que ele está tentando montar, chamando ministro do STF de imbecil, idiotia e otário. Mas se continuar assim, pode ser que acabe virando apenas um personagem ridículo, patético”, finaliza.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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