Relator no TSE finaliza voto e pede cassação de chapa Dilma-Temer

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Herman Benjamin, relator do julgamento da ação em que o PSDB pede a cassação da chapa vencedora das eleições presidenciais de 2014, concluiu a leitura de seu voto, ao decidir pela cassação da chapa presidencial Dilma Rousseff-Michel Temer. Segundo ele, houve abuso de poder econômico e político.

Concluída a leitura do voto do relator, o ministro Luiz Fux, substituindo o presidente da Corte, Gilmar Mendes interrompeu a sessão, que deve ser retomada por volta das 15 horas. Após o intervalo, os outros seis ministros começarão a proferir seus votos. A princípio, ficou acordado que cada ministro terá direito a 20 minutos de fala.

Após decidir sobre a cassação do mandato, a Corte definirá a possibilidade de tornar inelegíveis a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) e o presidente Michel Temer (PMDB). Sobre a unicidade da chapa e o alcance de sua decisão sobre o mandato do atual presidente, Michel Temer, Benjamin disse que, “no Brasil, ninguém elege vice-presidente da República”. “Elegemos uma chapa que está irmanada; fundida para o bem e para o mal”, razão porque defende a aplicação da pena também a Temer”, destacou.

Em seu voto, Herman Benjamin desconsiderou alguns indícios de práticas ilícitas que, embora segundo o próprio ministro, estejam comprovadas, não têm vínculos com a premissa inicial do processo. O ministro afastou o julgamento do pagamento de propina para a contratação de serviços para a construção da Usina Angra 3; a distribuição de propina na obra da Usina de Belo Monte e o pagamento, via caixa 2, dos serviços prestados pelo casal de publicitários João Santana e Mônica Moura.

Sobre quase todos esses pontos refutados, o ministro disse haver provas da prática de irregularidades, mas insuficientes para estabelecer uma relação direta entre a infração verificada e a petição inicialmente ajuizada pelo PSDB.

“Finalizo dizendo que tentei ser e me comportar como os ministros desta casa, os de hoje e os de ontem, e quero dizer que, tal qual cada um dos outros seis ministros que estão nessa bancada comigo, eu, como juiz, recuso o papel de coveiro de prova viva. Posso até participar do velório, mas não carrego o caixão”, declarou Benjamin.

Para o relator, a chapa Dilma-Temer incorreu na prática de abuso de poder político e econômico ao receber propina da construtora Odebrecht por contratos assinados com a Petrobras e pagar as contas da campanha eleitoral de 2014 com esses recursos, conforme mostrou as investigações da Operação Lava Jato. Entre os gastos pagos com os recursos ilícitos estariam o tempo de rádio e televisão para divulgação de propaganda eleitoral da chapa Com a Força do Povo, em 2014.

“A consideração conjunta das provas conferem segurança a esse relator para considerar comprovado o episódio da compra de tempo de TV dos partidos políticos para a campanha majoritária da coligação Com a Força do Povo, em 2014, o que, sem dúvida, configura, a meu juízo, flagrante abuso de poder econômico”, disse o ministro. “Não importa se os recursos foram efetivamente para a compra do tempo de rádio e televisão. O que importa é que esses recursos foram pedidos e recebidos de forma ilícita; que houve uma triangulação comprovada, por caixa 2, em pleno período eleitoral entre partidos integrantes da coligação Com a Força do Povo.”

Fonte: Agência Brasil

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Coreia do Sul: Investigadores planejam prisão de presidente afastado até segunda-feira

O Escritório de Investigação de Corrupção (CIO) da Coreia do Sul declarou que pretende cumprir o mandado de prisão contra o presidente afastado, Yoon Suk Yeol, até a próxima segunda-feira, 6. A informação foi divulgada pela agência Yonhap.

O mandado foi emitido por um tribunal sul-coreano na última terça-feira, 31, conforme as regras locais, deve ser executado em até sete dias, embora o prazo possa ser estendido. Segundo Oh Dong-woon, chefe do CIO, uma equipe conjunta de investigação está discutindo os próximos passos para garantir que a prisão seja realizada dentro do período estipulado.

A agência Yonhap também reportou que os investigadores solicitaram que os serviços de segurança de Yoon não interfiram na execução do mandado.

Yoon Suk Yeol está sob investigação por suspeitas de insurreição, uma das poucas acusações que não garantem imunidade presidencial na Coreia do Sul. Em defesa, o advogado de Yoon afirmou que a declaração de Lei Marcial, realizada em 3 de dezembro, não configura insurreição, argumentando que foi uma ação legítima conforme a Constituição do país.

O presidente afastado perdeu seus poderes após o parlamento aprovar um pedido de impeachment, consequência de sua decisão controversa de impor brevemente a Lei Marcial. O decreto, inesperado, causou grande comoção na Coreia do Sul e afetou mercados financeiros, além de gerar preocupações entre aliados internacionais, como Estados Unidos e países europeus.

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