Cuba tem protestos contra o governo e gritos por liberdade

Em meios a gritos de ”liberdade” e ”abaixo a ditadura” manifestantes foram ás ruas de Cuba neste domingo (11). O agravamento da pandemia do Covid-19 e a situação econômica do país motivaram as marchas que ocorreram em Havana e outras cidades da Ilha.

De acordo com o G1, o governo cubano acusa a mobilização de ter relação com setores ligados aos Estados Unidos, interessados em desestabilizar o país.

Os protestos começaram de forme espontânea pela manhã. As manifestações são um fato incomum no país que é governado pelo Partido Comunista, onde as únicas concentrações autorizadas costumam a ser as do partido.

Os manifestantes gritam por ”liberdade” e ”Pátria e vida”, nome de música que distorce o tema castrista ”Pátria ou morte”. Frases como ”Abaixo a ditadura” e ”Não temos medo” foram gritadas por milhares de manifestantes que marcharam pelas ruas de San Antonio de Los Baños, uma pequena cidade com 50 mil habitantes a cerca de 30km da capital Havana.

Os protestos foram relatados e transmitidos pelas redes sociais onde a internet móvel só chegou no fim de 2018.

Presidente também vai ás ruas

Em resposta aos protestos, o presidente Miguel Díaz-Canel, fez um pronunciamento em que acusou os manifestantes de serem pagos pelos Estados Unidos e convocou militantes do Partido Comunista a enfrentá-los.

“Não vamos admitir que nenhum contrarrevolucionário, mercenário, vendido ao governo dos EUA, recebendo dinheiro das agências, provoque desestabilização em nosso povo”, disse.

Díaz-Canel também saiu às ruas, acompanhado de militantes do partido, que desfilaram gritando ”Viva Cuba” e ”Viva Fidel”. O presidente convocou ”revolucionários” para que fossem as ruas defenderem o partido e disse que ”Haverá uma resposta revolucionária”.

Cuba enfrenta uma das piores crises econômicas do país em três décadas. O primeiro caso de Covid-19 chegou a ilha em março de 2020 e causou escassez de medicamentos e alimentos, causando um forte mal-estar social. As dificuldades financeiras do país levou as autoridades a aplicar cortes de eletricidade de várias horas por dias em grandes áreas do país.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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