A Fundação Nacional de Artes (Funarte) citou Deus ao reprovar o pedido de apoio do Festival de Jazz em Capão, realizado em Chapada Diamantina, na Bahia, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). Além, no parecer técnico também foi mencionado uma publicação feita pelo festival onde o evento se posiciona como ”antifascista e pela democracia”, para embasar o parecer de indeferimento do pedido.
A postagem foi feita em 1º de junho do ano passado e diz “Não podemos aceitar o fascismo, o racismo e nenhuma forma de opressão e preconceito”. O texto emitido pela Funarte à Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura cita a postagem, que funciona como um slogan para a ”divulgação”, com a denominação de Festival de Jazz no Capão, no Facebook.
No texto, Funarte cita uma frase atribuída ao músico alemão Johann Sebastiam Bach, que morreu em 1750.
“O objetivo e finalidade maior de toda música não deveria ser nenhum outro além da glória de Deus e a renovação da alma”, afirma.
O parecer técnico também destacou que “por inspiração no canto gregoriano, a Música pode ser vista como uma Arte Divina, onde as vozes em união se direcionam à Deus”. Também citou que “A Arte é tão singular que pode ser associada ao Criador”.
Conforme o parecer técnico emitido pelo órgão do governo de Jair Bolsonaro, o evento não tem condições técnicas e artísticas para ser aprovado.
Festival lamenta a reprovação
O diretor artístico e idealizador do festival, Rowney Scott, afirmou que o foco do parecer não deveria ser sobre uma postagem nas redes sociais.
“A postagem não foi feita com recursos públicos e não ataca diretamente ninguém, pelo contrário, fortalece a importância da democracia no nosso país”, disse.
O festival, que teve suas primeiras edições em 2010 e 2011, não aconteceu em 2020 por causa da pandemia de Covid-19, mas fez a inscrição na Lei Rouanet, como preparação para o retorno, em 2021.