Casal é impedido de vacinar usando camisas contra Bolsonaro, no Rio de Janeiro

Um casal de professores fora impedidos de receberem a segunda dose da vacina contra a Covid-19 em um quartel do Corpo Bombeiros, no Rio de Janeiro, por estarem usando camisetas contra o presidente Jair Bolsonaro.

Luiz Carlos e sua esposa Dierlene Barros de Oliveira apenas receberam a vacina depois de serem obrigados a trocar de roupa. De acordo com Luiz Carlos, eles estavam na fila quando foram abordados por um militar que, por ordem do comando, disse que eles não poderiam ser imunizados usando blusas com manifestações contra o governo.

“O soldado nos abordou com certo constrangimento e disse que o comando não está permitindo vacinar ninguém com camisas e cartazes com mensagens políticas. Ele foi muito educado e ofereceu um banheiro para que fosse feita a troca das camisas”, contou Luiz Carlos

O professor contou que apenas colocou a camisa ao contrário ali mesmo na fila e a sua esposa, que estava usando uma camisa por baixo, apenas retirou a camisa com frases de protesto.

Luiz Carlos ainda teria dito ao soldado que aquela era uma atitude ilegal. O soldado alegou que caso eles decidissem se vacinar com a camisa, o comandante da unidade poderia manter o soldado preso por ate 30 dias.

“É uma decisão autoritária, que não tem sustentação nenhuma. Eles avisaram que se alguém visse algum tipo de manifestação política no momento da vacinação, o soldado que estivesse ali poderia ser preso por até 30 dias. Todos falavam a mesma coisa e aparentavam ter muito medo”, relatou o professor.

Ainda de acordo com o casal, outro militar os orientou que não tirassem fotos na calçada da unidade militar com as camisas de protesto.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro informou que repudia a atitude contra manifestações de qualquer tipo desde que seja feitas de forma pacífica. A corporação disse que será aberto uma sindicância para apurar os fatos.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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