Por Lígia Saba
Em vários momentos da história e em diferentes lugares do mundo, muitos livros foram banidos da sociedade. Os motivos são os mais diversos possíveis, seja pela linguagem ou pela abordagem a temas polémicos: sexo, violência, política ou religião. E para quem pensa que censura na literatura é coisa do passado saiba que isso ainda acontece atualmente, em lugares não muito distantes de nós, e aplica-se até a bestsellers internacionais. Conheça alguns livros que já sofreram algum ripo de censura ao longo dos anos.
10. O Diário de Anne Frank
O diário secreto de Anne Frank, no qual a menina de origem judaica partilha o seu sofrimento, as dúvidas e as angústias, enquanto tenta escapar com a família à perseguição nazista, parece não ter sensibilizado todo o mundo. As referências a sexualidade e homossexualidade fizeram com que o livro tenha sido censurado em algumas escolas de ensino básico nos Estados Unidos.
9. O Crime do Padre Amaro
O livro escrito por Eça de Queiroz e publicado em 1875, gerou uma grande onda de protestos dentro da Igreja Católica, graças ao teor erótico que parece contrapor o celibato clerical. A história sobre um padre que se apaixona e envolve com uma mulher foi banido das salas de aula portuguesas.
8. Lolita
Um clássico escrito por Vladimir Nabokov e que conta a história de um professor que se apaixona pela enteada de 12 anos. Na época de sue lançamento, em 1955, e depois de ser criticado por vários meios de comunicação, o livro foi retirado do mercado em países como França, Inglaterra, Nova Zelândia ou Argentina por abordar pornografia, pedofilia e incluir obscenidades.
7. Harry Potter e a Pedra Filosofal
A saga Harry Potter, talvez o maior fenómeno moderno na literatura para adolescentes, não foi aceite de bom grado por todas as comunidades. O mundo de feitiçaria criado por J. K. Rowling chegou a ser banido de algumas escolas nos Emirados Árabes Unidos, que o consideravam um incentivo à bruxaria. No Ocidente, a coleção também foi alvo de protestos, mais concretamente por parte de instituições conservadoras no Brasil e nos Estados Unidos.
6. Crepúsculo
Outro clássico da literatura moderna infanto-juvenil, a história de amor entre uma mortal e um vampiro conquistou leitores em todo o mundo. No entanto, a obra de Stephenie Meyer não escapou ao julgamento de alguns pais americanos, por falar de sexo e assuntos sobrenaturais. A saga está na quinta posição do relatório anual de livros proibidos nos Estados Unidos.
5. As Cinquenta Sombras de Grey
O bestseller que vendeu mais de 100 milhões de cópias em todo o mundo provocou suspiros por Mr. Grey, mas também muita polémica. Esta trilogia assinada por E. L. James foi banida de muitas estantes nos estados de Flórida, Geórgia e Wisconsin, nos Estados Unidos, bem como no Brasil, devido ao teor sexual e apelo à violência e ao sadomasoquismo.
4. As Aventuras do Capitão Cuecas
O livro foi escrito por Dav Pilkey e publicado pela primeira vez em 1997. A história do bebé que enfrenta o mundo apenas munido de cuecas e uma capa é uma das mais lidas do género infantojuvenil, mas também um dos livros mais banidos e censurados dos últimos anos nos Estados Unidos. Tudo devido ao receio de as crianças replicarem os comportamentos rebeldes da personagem, bem como à linguagem, considerada inadequada para a faixa etária a que os livros se dirigem.
3. Antologia da Poesia Erótica e Satírica
O teor sexual dos textos da autora portuguesa, Natália Correia, causou controvérsia, e só muito tempo depois viria a ser reconhecido o seu valor. Em 1965, altura em que foi lançado, o livro foi apreendido e julgado em Tribunal Plenário como “ofensivo do pudor geral, da decência e da moralidade pública e dos bons costumes”.
2. Admirável Mundo Novo
Esta distopia escrita por Aldous Huxley e publicada em 1932, fala de um mundo marcado por governos autoritários, questionando o futuro da humanidade à luz dos avanços científicos. Aqui, os seres humanos são programados em laboratório e a felicidade só existe através de uma pílula, chamada Soma. Este incentivo ao uso de drogas, aliado à promiscuidade sexual, levou o livro a ser banido das bibliotecas municipais americanas.
1. 1984
Quando esta crítica de George Orwell aos regimes totalitários e às demonstrações excessivas de poder foi publicada, em 1948 – decorria já a Guerra Fria –, foi imediatamente censurada nos Estados Unidos, por ser considerada pró-comunismo. Em contrapartida, na União Soviética, foi banida por ir contra o regime de Estaline.