Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), teve seu registro no Sistema Único de Saúde (SUS) atacado, com alterações em seus dados cadastrais e ofensas à sua família. “Não é um caso isolado. É um absurdo que tenha ocorrido alteração de dados de cadastro do SUS de lideranças de oposição”, afirmou à coluna do UOL.
“O que leva à dúvida se isso é um hackeamento independente ou se são bolsonaristas que tomaram a máquina pública de assalto.” O nome de seu pai, o infectologista Marcos Boulos, integrante do comitê de contingenciamento do coronavírus no estado, foi trocado para “Kid Bengala”.
De acordo com ele, a informação de que já tomou a primeira dose da vacina contra Covid-19 não aparece no registro. O caso acontece após a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ter lutado para provar que estava viva a fim de concluir a vacinação contra Covid-19. Após receber a primeira dose, profissionais de saúde entraram em contato com a deputada federal informando que seu cadastro no SUS havia sofrido baixa por óbito.
Ataques de hackers também alteraram o cadastro dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT) e da ex-deputada federal Manuela d’Ávila, acrescentando xingamentos e distorcendo seus registros no ano passado. “Temos visto pela CPI da Covid a forma como se dá a negociação de vacinas no Ministério da Saúde. Em meio a isso, há ataques à oposição através do cadastro do SUS”, avalia.
“O bolsonarismo está se infiltrando de uma maneira miliciana em todos os âmbitos da administração pública. Está colocando as garras das milícias digitais, do Gabinete do Ódio, no SUS, patrimônio do povo brasileiro”, afirma Boulos.