MP-GO condena autor de feminicídio a 17 anos de prisão

Denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), por intermédio da 24ª Promotoria de Justiça de Goiânia, Wallifer Xavier Pereira foi condenado a 17 anos de reclusão, em regime inicial fechado pelo feminicídio de Adriana Massena dos Santos. O promotor de Justiça Maurício Gonçalves de Camargos sustentou a acusação no julgamento, que foi presidido pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara.

Os jurados condenaram o réu, reconhecendo todas as qualificadoras: motivo fútil, uso de meio cruel e feminicídio, conforme a denúncia do MP-GO. Na sessão, Maurício Gonçalves de Camargos requereu a condenação do acusado nos limites da decisão de pronúncia. A defesa, por sua vez, pediu a exclusão das qualificadoras, para que a conduta fosse admitida como homicídio simples.

O crime

De acordo com a denúncia, o crime ocorreu no dia 14 de junho de 2020, em uma rua do Jardim Curitiba, por motivo fútil, com emprego de meio cruel e por razões da condição de sexo feminino, em menosprezo à condição de mulher (circunstância que caracteriza o feminicídio). Réu e vítima mantinham relação íntima de afeto. O relacionamento do casal durava 1 ano e meio e possuía histórico de agressões físicas por parte de Wallifer Pereira, em razão de seu comportamento violento.

Os dois haviam rompido o namoro, mas estavam tentando se reconciliar, até passaram o Dia dos Namorados juntos. Wallifer Pereira, na noite do crime, estava em casa quando a vítima chegou, conduzindo uma motocicleta, para pegar uma porção de droga e ir a uma festa. O réu afirmou ter ficado com raiva e pegou a chave do veículo, na tentativa de impedir que Adriana Massena deixasse o local. Iniciou-se, então, uma discussão, que resultou no crime.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp