Prefeitura de Goiânia vai extinguir cartões coorporativos e licitações para compras

Sem dar transparência para os gastos com despesas emergenciais de custeio e viagens, a Prefeitura de Goiânia vai extinguir cartões corporativos e adotar dispensas de licitações para as compras. A Secretaria Municipal de Governo alega que a dispensa, prevista em legislação federal e com limite padrão toda a administração pública, garantira maior acesso sobre os dados a população. Informações são do O Popular.

A CBN revelou ontem a informação do fim dos cartões, prevista para esta semana. O prefeito reuniu com os secretários de Governo, Administração e Finanças, além de titulares da Controladoria e da Procuradoria do município nesta segunda-feira (2) para discutir sobre o assunto. Foi informado pela Prefeitura que haverá uma entrevista coletiva na próxima sexta-feira (6) para a apresentação sobre detalhes das mudanças. Apesar da mudança. ainda houve uma publicação no Diário Oficial do Município (DOM) de atos administrativos autorizando a entrega e uso de cartões corporativos.

Segundo a Prefeitura, após a mudança, apenas o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) ficará com o cartão, pela necessidade de gastos emergenciais.

Transparência nos gastos

Em entrevista coletiva nesta terça-feira (3) para falar sobre balanço de vacinação por Covid-19 em Goiânia, o prefeito respondeu questionamentos sobre o fim dos cartões coorporativos e disse que há transparência nos gastos, o que não ocorre de verdade. ”Existe um estudo para retirar o cartão corporativo, apesar de ele ser usado com transparência e responsabilidade. Se as pessoas quiserem participar e ver o uso do cartão, está no site da Prefeitura, na aba de transparência”.

O secretário municipal de Governo, Arthur Bernardes de Miranda, afirmou que o Prefeito orientou que às passagens de viagens aéreas sejam adquiridas apenas quando necessário ”por meio de contrato e com a devida instrução processual e não por cartão corporativo”.

O secretário também negou que haja alguma desconfiança sobre os atuais gastos ou recomendações para alterar o modelo.

Portal da Transparência desatualizado

Apesar de disponibilizar recentes dados públicos, o Portal da Transparência continua com material desatualizado pela Prefeitura de Goiânia, descumprindo leis de transparência e acesso a informação.

Na aba de pagamentos de diárias e viagens, há apenas os deslocamentos do prefeito para Brasília, quando ele esteve em pelo menos cinco cidades. A Prefeitura inclusive não deu detalhes sobre a viagem feita por Rogério Cruz a São Paulo em julho, com a contratação de um jatinho particular.

Responsável pelo Portal da Transparência, a Controladoria Geral do Município (CGM) disse ao O Popular, que são informadas no site todas as despesas que tenham repasse de diárias ”Do contrário, não havendo ônus ao erário não há necessidade de disponibilização”, afirma.

Já em questão a atualização de dados do cartão corporativo, a CGM afirmou que o mesmo que a Secretária de Governo, de que há um processo burocrático de prestação de contas. Em abril, a informação era de que haveria troca no sistema eletrônico de extração de dados para possibilitar a divulgação mais ágil.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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