Comandante da aeronáutica nega golpe militar no Brasil

Segundo informações do Correio Braziliense, o ministro Gilmar Mendes almoçou, na terça-feira (3), com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida Baptista Jr., o mais bolsonarista dos três chefes das Forças Armadas. O militar garantiu que, apesar de todo o tumulto criado pelo presidente Jair Bolsonaro, “nunca se cogitou um golpe militar”.

Segundo interlocutores de Gilmar, o almoço foi muito tranquilo. Tanto ele quanto o brigadeiro procuraram esclarecer ruídos políticos que estão tensionando as relações entre os Poderes. Bolsonaro tem feito ataques consistentes ao Judiciário e, no momento, elegeu o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, como alvo. Bolsonaro defende a volta do voto impresso, visto como um atraso por Barroso.

Apesar das garantias do brigadeiro de que não há clima para golpe militar, todos os alertas estão ligados em Brasília, pois Bolsonaro continua firme com o discurso de que, sem voto impresso, “não haverá eleições em 2022”.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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