MPGO denuncia prefeito de São Simão por importunação sexual contra duas vítimas

O prefeito, já licenciado, é acusado de pedofilia e distribuição de pornografia infantil e o vice por improbidade administrativa

O Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou o prefeito de São Simão, Francisco Assis Peixoto, por importunação sexual contra duas vítimas. Ele também foi denunciado por tentativa de adquirir fotografia pornográfica envolvendo adolescente e por transmissão ou divulgação de fotografia ou outro registro que continha cena de sexo explícito ou pornografia envolvendo criança ou adolescente.

Francisco Assis Peixoto foi preso em cumprimento de mandado expedido pelo juízo da comarca de São Simão no dia 28 de julho, na Operação Paideia, deflagrada pela Promotoria de Justiça. Ele foi ouvido no MPGO no dia 29 de julho, na sede do Centro Integrado de Investigação e Inteligência (CIII), em Goiânia, e utilizou o direito constitucional de permanecer em silêncio. O prefeito continua preso.

Relatos indicam prática de pelo menos 17 crimes diversos dos apontados na denúncia

Além dos delitos pelos quais o prefeito foi denunciado, chegaram ao conhecimento do MPGO relatos sobre a prática de pelo menos 17 crimes diversos dos que constam na peça acusatória, narrados por cinco vítimas. Apesar de os crimes estarem prescritos, por serem anteriores às Leis nº 12.015/2009 e 12.650/2012, os relatos reforçam as provas colhidas em relação aos fatos imputados a Francisco Assis Peixoto, além de destacarem o seu modo de agir (modus operandi), indicarem a reiteração delitiva e serem importantes para a futura dosimetria da pena.

Francisco Assis Peixoto foi denunciado com base nos seguintes crimes:

• Artigo 241-B, caput, do Estatuto da Criança e do Adolescente combinado com o artigo 14, inciso II, do Código Penal (tentativa de adquirir fotografia pornográfica envolvendo adolescente)
• Artigo 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente combinado com o artigo 14, inciso II, do Código Penal (transmissão ou divulgação de fotografia ou outro registro que continha cena de sexo explícito ou pornografia envolvendo criança ou adolescente)
• Artigo 215-A do Código Penal (importunação sexual) – por duas vezes.
Em razão de o processo estar em segredo de Justiça, não podem ser fornecidas informações ou detalhes do caso.

Operação cumpriu 4 mandados

A Operação Paideia foi realizada pelo MPGO e pela Polícia Civil, com o cumprimento de três mandados de busca e apreensão, em São Simão, e de prisão preventiva em Goiânia. Participaram da operação 4 promotores de Justiça, 4 delegados da Polícia Civil e 12 policiais civis. O Centro de Inteligência do MP-GO apoiou a operação.

Paideia é um termo do grego antigo, que procura sintetizar a noção de educação na sociedade grega clássica. O termo tem relação com a educação voltada para as crianças, referindo-se à educação familiar, bons modos e princípios morais.

Texto: João Carlos de Faria/Assessoria de Comunicação Social do MPGO

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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