Em visita ao Ceará, Bolsonaro não usa máscara e causa aglomeração

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desembarcou nesta sexta-feira (13) em Juazeiro do Norte, na Região do Cariri do Ceará.  Bolsonaro chegou a Juazeiro do Norte usando máscara, mas logo em seguida apareceu sem o equipamento de proteção contra a Covid-19, obrigatório no Ceará por decreto. Os simpatizantes do presidente geraram aglomeração no aeroporto, que também está proibida no estado.

Segundo informações do G1, o Ministério Público Federal no Ceará já havia pedido ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que investigasse Bolsonaro por crime contra saúde pública, por provocar aglomeração sem uso de máscara em outra visita ao estado, fevereiro deste ano.

Após aterrissagem, ele cumprimentou apoiadores que o aguardavam no aeroporto, desfilou em carro aberto pelas ruas da cidade e foi até o residencial onde ele participa da cerimônia de entrega de casas populares.

Conforme o Detran, o transporte de passageiros em compartimento de carga, “salvo por motivo de força maior, com permissão da autoridade competente” é uma infração gravíssima.

No evento, ele fez críticas aos governadores que decretaram lockdown para conter o avanço da pandemia de Covid-19. “Estes mais humildes, que não tinham renda fixa e não eram servidores públicos foram jogados na vala da quase miséria”, disse.

Sobre o pronunciamento de Jair Bolsonaro, o governador do Ceará Camilo Santana, rebateu dizendo através das redes sociais, que o presidente ignorou a morte de mais de meio milhão de pessoas.

“Criminoso, sr presidente, é ignorar a perda de mais de meio milhão de vidas na pandemia e ainda debochar da dor das famílias. Tivéssemos um Governo Federal mais preocupado com a vida, milhares teriam sido salvas. Seus ataques jamais irão tirar de mim a força para continuar lutando”, disse Camilo Santana.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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