Novo terremoto atinge Haiti e deixa milhares de desaparecidos

Após um enorme terremoto com magnitude de 7,2 deixar 300 pessoas mortas, um novo tremor de magnitude 5,9 atingiu o Haiti na noite deste sábado (14).

De acordo com o Centro Sismológico Europeu do Mediterrâneo (EMSC), o novo tremor ocorreu em uma profundidade de 8km (4,97 milhas). Há mais de 1.800 feridos e centenas de desaparecidos.

Rodovias estão danificadas devido ao deslizamento de terras provocados por tremores e milhares de casas foram destruídas. As cidades de Cayes e Jérémie, no sudoeste da ilha, foram os mais afetados pelo tremor.

O primeiro do país, Ariel Henry, declarou estado de emergência por um mês e informou que recursos estão sendo mobilizados para ajudar vítimas.

”Meus sentimentos aos parentes das vítimas deste sismo que gerou tantas perdas de vidas humanas e materiais em vários departamentos [equivalente a estados] do país”, escreveu Henry. “Faço um apelo ao espírito de solidariedade e compromisso de todos os haitianos, a fim de nos unirmos para enfrentar esta situação dramática que vivemos”, seguiu o mandatário. “A união faz a força.”

Os tremores também foram sentidos na República Dominicana, Cuba e Jamaica.

O epicentro do terremoto foi identificado a 8 km da cidade de Petit Trou de Nippes, a cerca da capital Porto Príncipe e teve uma profundidade de 10km.

O terremoto foi levemente maior que o ocorrido em 2010, com magnitude de 7,0 que deixou cerca de 300 mil mortos e 1,5 milhões de pessoas desabrigadas. A expectativa é que o tremor na tenha causado impacto como o de 2010, que teve epicentro próximo a Porto Príncipe.

Crise política

O terremoto atinge o Haiti em um momento de grande crise política. Em julho desde ano, o presidente Jovenel Moise foi assassinato em sua casa com tiros. Moise dissolveu o Parlamento e governava por decreto havia mais de um ano, após o país não conseguir realizar eleições.

Após o assassinato, o governo assumiu o controle do país até a realização de novas eleições.

Haiti é um dos países mais pobre das Américas e tem um longo histórico de ditaduras e golpes de Estado. O país contém um dos menores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo com 0,51.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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