O presidente Jair Bolsonaro usou a lista de transmissão do Whatsapp na tarde do último sábado (14) para transmitir uma mensagem onde diz a necessidade de um ”contragolpe” e convoca apoiadores para se manifestarem no dia 7 de setembro. Segundo o presidente, o objetivo seria uma forma de mostrar que ele e as Forças Armadas têm o apoio para um ”golpe militar”.
De acordo com Guilherme Amado, do Metrópoles, a mensagem foi enviada pelo número pessoal do presidente para diferentes contatos e incluindo integrantes do governo e amigos. Como não há selo de ”Encaminhada” como é feito pelo aplicativo, não é possível saber se o presidente escreveu ou se copiou de alguma fonte e colou na lista de transmissão antes de enviá-las.
O texto é inscrito em terceira pessoa e se dirige a outras pessoas de direita, pedindo para que elas leiam o texto para não criticarem Bolsonaro por não radicalizar o suficiente.
“Atenção direitista sem noção, você mesmo que está falando merdas (sic) como ‘Vamos tomar o poder já que ninguém faz nada’, ‘Bolsonaro tá muito devagar’ ou ‘FFAA não fazem nada’. Faça o favor de ler com atenção o abaixo escrito, compreender as coisas como realmente são e assim passar a nos ajudar e não atrapalhar, começa o texto, que apresenta na sequência uma série desses comentários.”
“Hoje, fazer um contragolpe é muito mais difícil e delicado do que naquela época, além do grave aparelhamento acima relatado, temos uma constituição comunista que tirou em grande parte os poderes do Presidente da República e foi por estes motivos que o Presidente Bolsonaro, no início de agosto, em vídeo gravado, pediu para que o povo brasileiro fosse mais uma vez às ruas, na Avenida Paulista, no dia sete de setembro, dar o último aviso, mas, desta vez, ele reforçou que o “contingente” deveria ser absurdamente gigante, ou seja, o tamanho desta manifestação deverá ser o maior já visto na história do país, a ponto de comprovar e apoiar, inclusive internacionalmente, para que dê a ele e às FFAA, para que, em caso de um bastante provável e necessário contragolpe que terão que implementar em breve, diante do grave avanço do golpe já em curso há tempos e que agora avança de forma muito mais agressiva, perpetrado pelo Poder Judiciário, esquerda e todo um aparato, inclusive internacional, de interesses escusos”.
Em outro trecho da mensagem, Bolsonaro diz que a manifestação de 7 de setembro, que vem sendo organizada por apoiadores ”autoriza o nosso presidente Jair Bolsonaro juntamente com as nossas honrosas FFAA” a tomarem “as decisões cabíveis para que o Estado democrático de direito seja reestabelecido, o equilíbrio entre os poderes salvaguardado, o cumprimento da Constituição seja imperativo, o respeito à soberania nacional e do povo brasileiro sejam priorizados, a transparência das eleições seja cumprida e o resgate do STF hoje sequestrado por apátridas ocorra”.
Em outro trecho é ressaltado uma alegada aliança entre o presidente e as Forças Armadas. “As FFAA (Forças Armadas) e o presidente Bolsonaro vêm tentando de todas as formas evitar uma ruptura institucional, pois sabem o grande problema que inicialmente poderá representar a todos nós, isso se chama cautela e estratégia, visando um bem maior e comum à nação”.