Filha de empresários que morreu em garimpo fazia parte de esquema de desvios de explosivos

O delegado da Polícia Civil Victor Hugo Caetano Freitas informou que a universitária Daniella Trajano Dalff, de 28 anos, e o presidente da Cooperativa dos Garimpeiros, Mario Lucier Caldeira, faziam parte de um esquema criminoso no desvio de explosivos no estado.

Os dois morreram em uma explosão de dinamites em um garimpo de Guarantã do Norte, no dia 20 de agosto. Outras três pessoas ficaram feridas.

Segundo o delegado, no dia da explosão Daniella e Mario manuseavam um solvente inflamável para apagar os códigos de rastreio dos explosivos, com a finalidade de comercialização no mercado ilegal.  “A polícia conseguiu apurar ate o momento, que todos os envolvidos, inclusive as duas vítimas, faziam parte de um esquema criminoso de desvio clandestino de emulsões e outros componentes explosivos”. Disse.

Victor Hugo explicou que os códigos são obrigatórios em todo material explosivo e servem para rastrear a carga desde a origem até o destino final do material, que tem o uso controlado pelo Exercito Brasileiro.

“Já temos certeza de que eles (explosivos) não deveriam estar em Guarantã do Norte. Outro fato que chama bastante atenção é o período em que ocorreu a explosão. Eles utilizavam raspagem com solvente no período noturno. As espoletas, que são materiais sensíveis, acabaram explodindo por causa da relação com o solvente utilizado e outra fonte de calor a ser apontada pela perícia”, explicou o delegado.

Na próxima semana, o delegado que está responsável pelo inquérito deve ouvir o proprietário da empresa que comercializou os explosivos e uma das pessoas que estava presente no local no momento da explosão. Durante as investigações, trabalhadores que estavam no local da explosão foram ouvidos e informaram que os explosivos apreendidos tinham outro destino e estavam no garimpo clandestinamente.

Foram apreendidos pela Polícia Civil 300 quilos de emulsão de dinamite e mais de mil metros de cordel detonante.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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