Com medo de manifestantes, Bolsonaro entra pela porta dos fundos de hotel

Protestantes fizeram com que Bolsonaro entrasse pela porta do fundos durante sua chegada no hotel Intercontinental em Nova York, onde participará da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU). Mais tarde, autoridades informaram à imprensa que o chefe do executivo já estava no local mas decidiu ir pela entrada traseira em obediência a uma determinação do Serviço Secreto Americano.

Na frente do hotel, milhares de pessoas esperavam pelo presidente. Foram confirmados protestos organizados contrários ao governo com grupos que seguravam faixas escritas “Stop Bolsonaro” (Pare Bolsonaro) e “You are not welcome here” (você não é bem vindo aqui), enquanto gritava “criminoso” e “genocida”.

Medo?

Apesar de está conformado com as manifestações feitas por pessoas contrária ao seu governo, Bolsonaro notou uma grande diferença no cenário ao ser informado que nenhum apoiador teria ido o receber na chegada aos EUA.

Há dois anos a situação foi bem diferente, o chefe do executivo entrou pela porta da frente do hotel e ainda acenou.

Discurso na ONU

Bolsonaro discursara na ONU nesta terça-feira (21). Em conversa com apoiadores, em Arianos, munícipio de Minas Gerais, ele disse que dizer algumas verdades sobre a real situação do país.

“O que eu devo falar lá? Algo nessa linha: se o marco temporal for derrubado, se tivermos que demarcar novas terras indígenas, hoje em dia temos aproximadamente 13% do território nacional demarcado como terra indígena já consolidada. Caso tenha-se que levar em conta um novo marco temporal, essa área vai dobrar”, disse na ocasião.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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