Hoje (22) completaram 11 dias que equipes do Corpo de Bombeiro de Goiás estão no combate ao incêndio na Chapada dos Veadeiros, interior do Estado. Além dos bombeiros, as equipes são compostas por brigadistas e voluntários. Ao todo, mais de 18 mil hectares de vegetação foram destruídos pelo fogo.
A Polícia Civil não descarta a hipótese de que os focos de incêndios estejam sendo provocados por mãos humana. “Alguns focos são criminosos. Falta de cuidado. Qualquer faísca, ocasiona um incêndio”, afirma a Delegada Barbara Buttini, responsável pela Delegacia de Polícia de Alto Paraíso.
Para o Guia de Ecoturismo na Chapada, Douglas Vinicius, além da falta de consciência e responsabilidade dos turistas, falta apoio dos órgãos competentes para a prevenção desses incêndios catastróficos. “Falta apoio do governo e uma base do corpo de bombeiros, que ainda não existe na chapada, apenas apoio e auxílio em alta temporada e meses de extrema seca”, destaca Douglas.
O guia também afirma que esses incidentes acabam afetando no turismo e na economia da cidade. “Bastante turista deixa de vir para chapada por conta dos incêndios”. Segundo Douglas é importante explorar as trilhas acompanhado de um condutor ecoturismo:
“Um dos nossos papéis é informar os visitantes sobre cada foco, sendo controlado o visitante pode visitar a Chapada dos Veadeiros com segurança”, pontua o guia.
Rede Contra Fogo
Formada em 2017, na Chapa dos Veadeiros, a ONG Rede Contra Fogo tem o objetivo de apoiar as brigadas federais do ICMbio e do Ibama no combate aos incêndios florestais que a sola a chapada todos os anos. De acordo com o Coordenador Operacional Rede Contra Fogo, Ivan Anjo, o trabalho é feito de forma voluntaria sem nenhum suporte dos governos.
“Nós não recebemos nenhum suporte do governo pelo contrário, a rede contra fogo dá suporte para muitas brigadas federais, do ICMbio e do Ibama. Apoiando com alimentação, combustível, transporte e emprestando equipamentos”, afirma Ivan.
Segundo Ivan, não nenhum tipo de fiscalização para prevenir os focos de incêndio. “Quem faz a fiscalização hoje, são os próprios moradores que estão de olho o tempo todo e nos avisam imediatamente em um grupo de Whatsapp que temos na cidade e com isso a gente parte para o combate, atrás de cada ocorrência, verificar e combater. Um trabalho bem voluntario e da sociedade civil mesmo”, relata Ivan.
Caminho do fogo
De acordo com Ivan, está sendo desenvolvido um aplicativo que será usado por todas as brigadas do Brasil. O “Caminho do fogo” é um app que também pode ser utilizado pelas comunidades. “Qualquer pessoas vai poder baixar o aplicativo e avisar pontos de incêndio que ela veja e avisar de coordenadas já dando um ponto no mapa de onde que incêndio está acontecendo”, explica o coordenador da ONG.
Após serem avisadas pelo aplicativo, as brigadas se organizam e combatem o incêndio com mais rapidez. “Com o aplicativo também vamos poder ter acesso á dados, percursos, trajetos que as brigadas fazem e coordenadas do tamanho dos incêndios”, explica ele.
Doações
A ONG sobrevive de doações feita por parceiros, voluntários e pessoas que defendem o meio ambiente. Atualmente, a Rede Contra Fogo está aceitando doações pelo pix 29216266000158 / CNPJ.